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Alta do dólar poderá afetar empresas dos Campos Gerais

Caso a valorização permaneça, custo de produção de empresas poderá crescer, trazendo alta nos produtos

Marcelo Alves, economista da Fiep, informou que não há impacto imediato à população. Mas, se alta continuar, haverá repasse
Marcelo Alves, economista da Fiep, informou que não há impacto imediato à população. Mas, se alta continuar, haverá repasse -

Fernando Rogala

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Caso a valorização permaneça, custo de produção de empresas poderá crescer, trazendo alta nos produtos

O dólar abriu o mercado nesta quinta-feira (12) atingindo um patamar histórico, superando pela primeira vez a marca de R$ 5, em incremento que superou 6%. A alta foi impulsionada pelo coronavírus, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificar o surto como uma pandemia. O Banco Central interviu e desacelerou no decorrer do dia, fechando a R$ 4,78. A alta do dólar e os impactos do coronavírus poderão trazer impacto à economia nacional, ao agronegócio e para empresas da região, informa o economista da Fiep, Marcelo Alves. 

Tudo, porém, depende do tempo que durar a instabilidade, seja pelo coronavírus ou pelo dólar em alta. No momento atual, por exemplo, empresas do agronegócio instaladas na região e no país estão obtendo grande lucro. Isso porque a produção ocorreu com o dólar na casa dos R$ 4, assim como as negociações de venda das commodities, e agora esses produtos estão sendo enviados ao exterior recebendo próximo de R$ 5 por um dólar. 

Contudo, neste ritmo, caso os valores continuem em alta, a produção agrícola para a safra de ficará mais cara, encarecendo os custos, havendo a necessidade de aumento no preço de venda, impactando o setor de alimentação. “Os insumos, como fertilizantes, são comprados por um valor muito mais alto”, reforça Marcelo Alves. Para ele, R$ 5 é um valor perigoso. 

Outros impactos diretos ocorrem em indústrias da cidade que precisam de matéria prima com alto valor agregado, que vem de outros países. “Somos uma economia com muito baixa agregação tecnológica, então empresas precisam comprar produtos acabados de fora. Por exemplo, indústrias de veículos que precisam de componentes importados, podem ter impacto no preço. Mas vai ser automático? Não. Porque essas indústrias trabalham com componente econômico, tem ‘colchão’, trabalham com margem de oscilação. Mas se a crise perdurar por mais tempo, vai ter que haver esse repasse”, reforça. 

No dia a dia, um dos primeiros impactos pode ocorrer no pão. Alves lembra que Ponta Grossa possui o moinho de trigo da Unium, que produz a farinha para pão. Porém, para fazer essa farinha de panificação, na composição, é necessário um tipo específico de trigo importado. “Por conta crise da Argentina, há mais importação da Holanda e EUA. Então há a possibilidade de ter impacto no preço da farinha, que consequentemente impacta preço do pão”, alega.

Momento trará oportunidades para  novos fornecedores

Por outro lado, o momento de crise pode gerar oportunidades para empresas nacionais, explica o economista da Fiep. “Em um primeiro momento, das as indústrias que trabalham com insumos estão preocupados, conversando com fornecedores. Mas em um segundo momento pode haver a substituição, de trocar produtos importados por fornecedores locais. E pode ser que os fornecedores locais não deem conta da produção. Então, primeiro, todos vão buscar alternativas; segundo buscar novos fornecedores; e terceiro, se não houver jeito, se a crise perdurar, haverá impacto sim”, conclui Alves.

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