‘Do Jeito que Elas Querem’ é diversão leve sobre relacionamento depois dos 50

Pode um livro causar pequenas revoluções nas vidas das pessoas? Segundo o argumento do filme ‘Do Jeito que Elas Querem’, pode. Diane (Diane Keaton), Vivian (Jane Fonda), Sharon (Candice Bergen) e Carol (Mary Steenburgen) mantêm há anos um clube de leitura que fortalece suas amizades. Quando uma delas lança ao grupo a sugestão de percorrer as páginas de ‘Cinquenta Tons de Cinza’, as quatro amigas são estimuladas a rever alguns comportamentos.

As peripécias eróticas (e amorosas) de Christian Grey e Anastasia Steele nas páginas da trilogia de E. L. James e suas influências em Diane, Vivian, Sharon e Carol servem de pretexto para o filme conduzido pelo estreante na direção Bill Holderman falar sobre amor e sexo na vida de quem está na faixa dos sessenta anos.

Diane ficou viúva após décadas de casamento e, agora, tem a oportunidade de um novo relacionamento, mesmo diante do cuidado excessivo das duas filhas que a veem como uma idosa. Vivian gosta do envolvimento sem compromisso, mas acabará sendo confrontada com uma situação do passado. Sharon é uma juíza federal séria, que ainda não digeriu o divórcio acontecido há 18 anos. Carol, por sua vez, sofre com a apatia do marido após um casamento de mais de três décadas.

A forma como as quatro amigas tratam essas situações e dão apoio umas às outras é o que move o filme, uma diversão leve pontilhada de situações cômicas. E pequenas metáforas. Algumas um tanto óbvias, como a moto que não funciona sendo utilizada para referir-se a impotência sexual. Outras um pouco mais poéticas, mas comuns. Como quando a dança é usada para falar de casamento. Na cena, uma professora diz aos seus alunos que a dança exige conexão, e não apenas uma sucessão de movimentos feitos ao mesmo tempo pelo casal.

O que incomoda é o uso de música incidental em alguns momentos nos quais o diálogo é ofuscado pela necessidade forçada de fazer prevalecer a emoção. Mas nada que comprometa a proposta da obra. ‘Do Jeito que Elas Querem’ é uma forma suave e bem-humorada de falar da maturidade.

*Texto de Tiago Luiz Bubniak