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Suave e intenso, ‘O Reencontro’ mostra a dinâmica de vidas que se entrelaçam

Suave e intenso, ‘O Reencontro’ mostra a dinâmica de vidas que se entrelaçam

Imagem ilustrativa da imagem Suave e intenso, ‘O Reencontro’ mostra a dinâmica de vidas que se entrelaçam
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‘O Reencontro’ é mais um dos tantos exemplos de como o cinema francês é capaz de conjugar, com equilíbrio, leveza e competência, o simples e o profundo. A história segue de forma tão natural que nem parece existir um roteiro cuidadosamente arquitetado. Eis o paradoxo: justamente por existir um roteiro cuidadosamente arquitetado é que ele se esconde, torna-se invisível para o espectador e o engana a ponto de fazê-lo ter a impressão de estar seguindo a trajetória de duas mulheres que ele já conhece há muito tempo. E com quem simpatiza. Tudo o que é mostrado é tranquilamente possível de acontecer longe da ficção. Não há grandes coincidências ou reviravoltas, mas isso nem de longe significa falta de intensidade daquilo que se vê.

A história une a parteira Claire (Catherine Frot, excelente) e Béatrice (Catherine Deneuve, também excelente), ex-mulher do pai de Claire. Béatrice representa para Claire um passado que insiste em voltar. É significativa, nesse sentido, a cena de uma revelação feita em meio a uma refeição de omelete e vinho em um restaurante de Paris. Em meio à imagem de que franceses sabem fruir a vida, sobretudo quando o assunto é gastronomia, o espectador é convidado a ter uma noção da intensidade do que virá. Mas sem pistas sobre onde tudo vai parar. Béatrice dá mostras de que sempre valorizou o presente, saboreando cada segundo como se fosse o último. Na iminência de efetivamente se aproximar do último, ela se aproxima de Claire.

A razão de Claire ter a profissão que tem é primordial para a trama. Tanto que o título original do filme, ‘Sage Femme’, significa “parteira”. Ela, que trouxe incontável número de pessoas à vida, passará pela história transitando por importantes situações envolvendo nascimento e morte. Com diálogos precisos e interpretações notáveis, o filme, com direção e roteiro de Martin Provost, faz um belo retrato de ciclos que se sucedem, aproximações e afastamentos, reconciliações e tantos outros aspectos, enfim, da dinâmica do entrelaçamento de vidas. É um exemplo bem cuidado da força da rima entre beleza e tristeza. Como acontece na vida. Como o bom cinema francês costuma ser.

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