Cinema
Disney atualiza mensagem de ‘A Bela e a Fera’ com atores reais
Em ‘A Bela e a Fera’, a forma tende a atrair mais a curiosidade que o conteúdo. Afinal, trata-se de uma história já contada várias vezes, sendo a mais lembrada a animação da Disney, de 1991.
da redação | 25 de março de 2017 - 02:20
Em ‘A Bela e a Fera’, a forma tende a atrair mais a
curiosidade que o conteúdo. Afinal, trata-se de uma história já contada várias
vezes, sendo a mais lembrada a animação da Disney, de 1991. Ela foi a primeira
produção do gênero indicada ao Oscar de melhor filme. A mensagem é
conhecidíssima: a autêntica beleza está no interior, nunca julgue pelas
aparências. Tal lição advém da narrativa do príncipe transformado em um ser
externamente horroroso como castigo para conversão do interior não tão
admirável. A esperança da quebra do feitiço está na conquista do amor de uma
jovem aldeã.
O destaque promovido pela Disney, agora, é a possibilidade
de ver a narrativa exposta em live-action (com atores de carne e osso),
seguindo uma das tendências atuais do cinema, que tem lançado produções
baseadas em contos clássicos com intérpretes reais. Alguns exemplos? ‘Malévola’,
‘Cinderela’, ‘Branca de Neve e o Caçador’, ‘Alice Através do Espelho’ e ‘A
Garota da Capa Vermelha’.
Quem comanda Emma Watson e Dan Stevens nos papéis principais
é Bill Condon, diretor conhecido por títulos como ‘Deuses e Monstros’, ‘Kinsey:
Vamos Falar de Sexo’ e ‘O Quinto Poder’. Como cineasta acostumado a trabalhar
com temas polêmicos, Condon teve agora em mãos um material atualizado. ‘A Bela
e a Fera’ de 2017 apresenta um número musical gay (discreto, mas provocativo o
suficiente para fazer barulho em países como Rússia e Malásia) envolvendo o
vilão Gastão (Luke Evans) e seu fiel companheiro LeFou (Josh Gad).
Em termos de forma, um dos desafios era garantir verossimilhança
aos objetos que ganham vida, como se a magia fosse realmente possível de
acontecer no “mundo real”. Fica um pouco da nostalgia do encantamento estimulado
lá em 1991. Mas, deixando-a de lado, é possível dizer que os efeitos especiais
são bem construídos e enriquecem a proposta atual.
Em um mundo com pessoas sedentas por magia e que buscam um
pouco de alívio no escapismo, trata-se de um filme que tende a arrebanhar milhões.
Assim apontam as situações presenciadas no fim da sessão acompanhada por este
que aqui escreve. O fim da exibição teve direito a aplausos (tímidos, mas
audíveis) e companheiro observando para a companheira o quanto ela chorou
durante a exibição.