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Cidades ampliam o plantio de soja para a safra de verão

Área plantada na região passou de 541,3 mil hectares para 543,4 mil hectares, o que representa uma alta de 0,41%, seguindo a média estadual

Em decorrência da grande quantidade de chuva entre os meses de outubro e novembro, houve um atraso no plantio da safra de verão
Em decorrência da grande quantidade de chuva entre os meses de outubro e novembro, houve um atraso no plantio da safra de verão -

Os produtores da região dos Campos Gerais ampliaram a área plantada com soja nesta safra 2023/24. Enquanto na safra anterior a área ocupada com esse grão foi de 541,3 mil hectares, para a atual safra a área estimada está maior em 2,1 mil hectares, para 543,4 mil hectares. Essa é uma tendência observada em todo o Estado do Paraná, que tem a previsão de um plantio recorde desse grão na atual safra, de 5,8 milhões de hectares, superando em 0,46% a área plantada no ciclo anterior, com 5,77 milhões de hectares, o recorde anterior.

Entretanto, apesar do incremento, os produtores rurais e especialistas já trabalham com a perspectiva de produzir menos que na safra anterior na primeira safra dos três principais cultivares de verão - o que, além da soja, inclui milho e feijão. Isso ocorre devido ao excesso de chuvas que foi registrado entre os meses de outubro e novembro na região e em todo o Paraná. Se, por um lado, trouxe prejuízos na safra de inverno e atrasou a retirada desses cultivares, retardando o plantio da safra de verão, por outro também trouxe problemas para quem plantou antes das chuvas.

“De maneira geral, as três foram prejudicadas devido às chuvas. Aconteceram várias coisas: dias nublados, falta de luminosidade, erosão nas partes altas, alagamento nas partes baixas, lixiviação de nutrientes pelo excesso de chuvas. Então o percentual produtivo dessas culturas foi afetado e provavelmente não vai mais ser alcançado. Da soja, que seria 4 mil quilos por hectare na região, talvez, na média, não se consiga mais isso, mas 3,9 mil ou 3,8 mil quilos por hectare”, resume Luiz Alberto Vantroba, economista do núcleo regional de Ponta Grossa do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab). 

PROBLEMAS - No caso da soja, algumas áreas precisaram do replantio, tanto por sementes retiradas do solo quanto pela compactação do solo após a chuva, impedindo a erupção do broto do solo. Já as plantadas há mais tempo tiveram problemas com a antecipação de ciclos. “A soja plantada em setembro foi bastante afetada, porque ela antecipou o ciclo de floração e frutificação sem ter se desenvolvido direito. Isso foi explicado por um pesquisador, que quando a cultura se vê em risco, ela quer perpetuar a espécie, então foi isso que aconteceu ao se antecipar com a floração e o fruto”, informou Vantroba.

O produtor rural Edilson Gorte sequer conseguiu concluir o plantio da soja de primeira safra. No dia 8 de dezembro, por exemplo, ainda faltavam cerca de 15% da área estimada de 750 hectares a ser plantada. “Já saímos com uma perspectiva menor de produção, porque quanto mais fora da janela, se perde mais sacas por hectare”, explica. E o que já foi implantado traz custos mais altos com os tratos culturais. “Com o solo encharcado, não posso entrar fazer tratamento no milho e na soja. Estou tendo que optar por várias aplicações com avião. Então o custo de produção também vai ser muito alto”, reitera.

PARANÁ - As perdas na safra de verão não são exclusivas da região dos Campos Gerais. Um boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), no final de novembro, estimou que as culturas da safra de verão já registraram prejuízo estimado em R$ 750 milhões, segundo dados preliminares. De acordo com o boletim, em algumas regiões, especialmente no Sul e  Oeste, a baixa luminosidade era o principal fator de preocupação, por reduzir o rendimento da lavoura. Além disso, a erosão é um fator agravante, assim como a necessidade do replantio de áreas - segundo o boletim, mais de um terço dos custos nessas culturas estão relacionados às sementes e à adubação de base. 

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