Latanoprosta para Queda de Cabelo: funciona?
Publicado: 07/10/2015, 13:02

Há tempos comecei a ouvir rumores sobre um novo tratamento para queda de cabelo: trata-se dalatanoprosta. Esse tratamento está despertando a curiosidade em muita gente, especialmente após o programa Bem-Estar, da Globo, ter falado mil maravilhas sobre o produto.
Quem tem problemas com queda de cabelo — principalmente alopecia androgenética — aguarda ansiosamente por um tratamento eficaz. Por isso, fiquei na expectativa que pudesse ter surgido algo que ajudaria muitas pessoas que sofrem com esse problema.
Recentemente comecei a receber muitos e-mails perguntando sobre a latanoprosta, além de muitos comentários sobre ela nos posts de queda de cabelo no blog. Diante de tudo isso, resolvi pesquisar um pouco mais a fundo sobre a latanoprosta.
O que é latanoprosta?
A latanoprosta é um análogo direto da prostaglandina F2-alfa, originalmente utilizado como colírio no tratamento de glaucoma e hipertensão ocular. Desde que o produto começou a ser utilizado percebeu-se como efeito colateral o aumento da densidade dos cílios. Ou seja, o que seria um simples colírio para tratar glaucoma, fez com que os cílios dos pacientes crescessem além do natural. Naturalmente, cientistas começaram a especular que o produto possa ser eficaz também para o crescimento de cabelos quando aplicado topicamente no couro cabeludo.
Tecnicamente, a ação da latanoprosta ocorre através do estímulo aos folículos capilares, prolongando a fase anágena, e promovendo a conversão da fase telógena à fase anágena.
Há comprovação científica?
A maior parte das referências à latanoprosta para queda de cabelo apontam para um único estudo científico, realizado em 2012. Neste estudo, os pesquisadores concluíram que em um grupo tratado com a latanoprosta, 50% dos indivíduos apresentaram diferenças significativas na densidade, pigmentação e espessura do cabelo. No final das 24 semanas do estudo, a densidade do cabelo aumentou em 22% em média.
Porém, esse estudo não é 100% conclusivo. Em primeiro lugar, a amostra foi de apenas 16 pessoas — número considerado bastante pequeno. Além disso, todos os indivíduos eramhomens jovens e com um tipo específico de queda de cabelo: alopécia androgenética, de intensidade suave. Naturalmente, o que isso mostra é que os resultados podem não se traduzir em outros grupos, tais como mulheres, em casos de alopécia androgenética mais grave, ou em pessoas com outros tipos de calvície.
Além disso, não há motivos para acreditar que a dose utilizada e que o tratamento de 24 semanas seja o ideal, e não há conclusões sobre efeitos colaterais de longo prazo.
Os próprios autores reconhecem essas limitações do estudo, e indicam que é necessário mais aprofundamento nas pesquisas.
Informações da assessoria de imprensa