Acidentes em rodovias federais de PG mataram mais de 20 pessoas desde 2024
Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal ainda mostram que quase 200 pessoas se feriram em ocorrências nos trechos urbanos das BRs 373 e 376
Publicado: 08/04/2025, 19:05
Ponta Grossa é conhecida por possuir um dos maiores entroncamentos rodoviários do Sul do Brasil. Pela cidade, passam as rodovias federais BR-373 e BR-376, além da estadual PR-151. Além de contribuir com o turismo, a característica beneficia, principalmente, o setor industrial. Nos últimos anos, o detalhe logístico tem sido fundamental para atração de novos empreendimentos para a região.
Por outro lado, o famoso entroncamento também tem sido motivo de preocupação para motoristas e autoridades. Um levantamento feito pela reportagem do Portal aRede e do Jornal da Manhã mostra que, do início de 2024 até abril de 2025, as avenidas Souza Naves e Presidente Kennedy registraram 201 acidentes. As estatísticas são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
As vias consideradas pela pesquisa correspondem aos trechos urbanos das BRs 373 e 376. Nestes locais, além do fluxo de carros leves, também é comum o deslocamento de caminhões com destino ao Porto de Paranaguá para escoamento da produção.
“O trecho urbano abarca veículos que estão só de passagem pelo município. Isso se soma às pessoas que usam a rodovia e vivem aqui. Com isso, temos um aumento considerável no fluxo dessas vias”, indicou Carlos Ricardo Vettorazzi, inspetor da PRF, em entrevista concedida em janeiro.
Dos mais de 200 acidentes atendidos pela PRF nos últimos 16 meses, a maioria ocorreu durante o dia, em trechos de pista dupla. Ainda de acordo com os dados, as principais causas associadas às ocorrências são ausência de reação ou reação tardia ou ineficiente do condutor, além de velocidade incompatível.
A reportagem também solicitou ao Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) dados sobre acidentes registrados nos trechos urbanos da PR-151 e da PRC-373, mas não obteve retorno até o fechamento do texto.
MORTES - Outro dado preocupante revelado pelo levantamento é o elevado número de mortes. Ao longo do período considerado, 22 pessoas perderam a vida em acidentes na ‘Souza Naves’ e na ‘Presidente Kennedy’. Um dos casos mais recentes é um engavetamento com incêndio que matou a jovem Mayara Rocha Gonçalves, de 22 anos.
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Mayara Rocha Gonçalves, de 22 anos. 
Caminhão pegou fogo após o engavetamento.
O acidente aconteceu no KM 491 da BR-376, em 19 de março. A vítima era passageira de um Fiat Punto, que se envolveu na colisão. O marido e a filha dela, de apenas seis meses, também estavam no veículo e conseguiram se salvar. Mayara ficou presa e não resistiu.
Conforme apurado pela PRF, o acidente aconteceu durante um congestionamento provocado por um caminhão com pane mecânica. Inclusive, as extensas filas de veículos e a lentidão nas duas rodovias estão entre as principais queixas dos motoristas.
Apesar de não estar incluído no levantamento, outro acidente que marcou a história da BR-376 e tem desdobramentos até hoje é o que matou a professora Vanessa Kubaski Maciel, de 36 anos, e o filho dela, Pedro Henrique Maciel, de apenas sete anos. O carro em que eles estavam se envolveu em um engavetamento com quase 20 veículos, em abril de 2023.
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Vanessa Kubaski Maciel e Pedro Henrique Maciel. 
Carro em que as vítimas estavam.
Thiago Arthur Bueno, motorista do caminhão envolvido, e Edelar Julio Posser, proprietário do veículo, foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por homicídio simples e qualificado, além de lesão corporal. Laudos periciais indicam que a carreta estava em velocidade incompatível, além do sistema de freios estar ineficiente, os pneus desgastados e o tacógrafo. Uma nova audiência do caso está marcada para 23 de julho.
CARACTERÍSTICAS - Em relação aos 22 óbitos registrados nos trechos urbanos de rodovias federais de Ponta Grossa, cinco deles foram provocados por atropelamento de pedestres. Inclusive, três deles aconteceram a poucos metros de passarelas. Ao todo, são cinco estruturas instaladas ao longo das duas avenidas.
Colisões frontais, laterais, transversais e traseiras também mataram condutores e passageiros na BR-373 e na BR-376. Desde o início de 2024, foram sete ocorrências desse tipo. As outras causas associadas aos acidentes com óbito foram queda de ocupante de veículo, saída de pista e tombamento.
Por fim, o levantamento realizado pelo Portal aRede e Jornal da Manhã também mostra que os 201 acidente registrados nos últimos 16 meses ainda deixaram 190 pessoas feridas.
