Motorista e dono de caminhão são indiciados por homicídio doloso

O delegado Lucas de Figueiredo Maia, responsável pelo inquérito policial que investiga as mortes da professora Vanessa Kubaski Maciel, 37, e de seu filho Pedro Henrique Maciel Jorge ,7, ocorridas em 6 de abrildeste ano, na BR-376, em Ponta Grossa, motivadas por acidente envolvendo o caminhão Scania, de placas ASH-6420, concluiu o inquérito e formalizou o indiciamento do motorista Tiago Artur Bueno e do proprietário do caminhão, Edelar Julio Posse, por homicídio doloso.

No relatório, a autoridade policial fundamenta sua conclusão afirmando que “na situação fática, é possível verificar a assunção do risco por parte do proprietário do caminhão, que permitiu que o veículo trafegasse em condições precárias, conforme consta no laudo pericial, bem como por parte do motorista, que apesar de existir uma relação hierárquica entre ambos, essa hierarquia é afastada quando se percebe uma irregularidade ou ilegalidade, o que aconteceu, tendo em vista que aceitou conduzir o veículo em condições não trafegáveis, ainda mais transportando 38 toneladas de soja, bem como em uma rodovia que possui um alto fluxo de veículos somado ao fato de ser uma data festiva, que acaba por gerar um maior fluxo de veículos”.

O advogado Fernando Madureira, que representa os familiares das vítimas, disse que o indiciamento dos acusados por homicídio doloso era esperada, visto as diversas provas juntadas ao inquérito, em especial o laudo pericial que demonstra que o caminhão causador da morte das vítimas tinha diversos problemas ligados a manutenção, como no sistema de freios onde se verificou que o freio de serviços estava funcionando em apenas 50% (cinqüenta por cento) dos rodados.

Madureira informou que o inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que deve oferecer denúncia criminal contra os indiciados por duplo homicídio doloso tendo como vítimas Vanessa e seu filho Pedro e por lesões corporais dolosas referente às vítimas Katia Daniele Kubaski Stricker e Sidnei Gunter Stricker, e ao final serem julgados pelo Tribunal do Júri.

O Portal aRede e o Jornal da Manhã aguardam as versões do motorista e do proprietário do caminhão, sobre a decisão da autoridade policial.