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Objetos que já foram 'top' revelam velocidade do tempo

Certamente essa matéria vai fazer você refletir. Confira algumas coisas que se tornaram obsoletas nos últimos 20 anos

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Daniel Petroski

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Na sua opinião, uma pessoa de 20 anos de idade pode ser considerada velha? O questionamento pode parecer maluco, mas nem tanto assim. Explico. Você já parou para pensar quantas coisas caíram em desuso ou ficaram obsoletas neste mesmo intervalo de tempo?

O retorno dos conhecidíssimos “Bichinhos Virtuais” na última semana reacendeu a discussão. O brinquedo, que tem como nome de batismo “Tamagotchi”, virou febre entre as crianças há 20 anos exatamente, marcando a década de 90. Recém lançado no Japão, o design é idêntico ao do modelo original, só que com a metade do tamanho. A versão mini vem em seis cores, mas ainda não há previsão de lançamento em outros países.

E a lista é extensa. Para muitos adolescentes atualmente é inimaginável carregar um discman ou ter que salvar músicas em equipamentos que tiveram uma existência meteórica – os mp3 e mp4. Falar em fita cassete então é merecer o título de “Tiozão”. Ter um aparelho de rádio em casa, por sua vez, é coisa de “paizão” e por aí vai.

Em era de Netflix, com mais de 90 milhões de assinantes, lembrar dos DVDs de filmes já é colocar um “pezinho” na velhice. Citar as fitas de VHS é fixar os dois pés. Pior ainda, procurar uma videolocadora virou uma missão impossível – com o perdão do trocadilho com um dos sucessos cinematográficos de ação. E os disquetes? Nem mais as CPUs dos computadores são produzidas com esse tipo de driver.

Economicamente falando, até mesmo dinheiro já sumiu nos últimos 20 anos e não foi por descontrole nas compras ou desvios cada vez mais constantes de nossos políticos. As notas de R$ 1 deixaram de circular há 12 anos e as de R$ 10 de plástico, criadas em comemoração aos 500 anos do Brasil, não existem há pelo menos nove anos.

Apesar de amparar seus estudos em grandes eras e fatos marcantes que mudaram a humanidade, especialistas em História consultados pela reportagem consideram o período de 20 anos como sendo um intervalo importante, o que para eles é chamado de “contexto”. Essa sensação de que os dias estão passando mais rapidamente pode, segundo a História, ser justificada por uma herança da pós-modernidade, com a aceleração do tempo e o fim das grandes explicações. Mas atenção: é só uma sensação mesmo.

A opinião é compartilhada pela psicóloga Camila da Silva. “É realmente uma sensação devido a rotina das pessoas. Hoje, temos mais atividades e exigências, seja na vida, família ou trabalho. Por isso, a impressão que dá é que do tempo passa mais de pressa do que antigamente”, garantiu.

E porque as coisas se tornam obsoletas? Para Camila, a culpa é do mercado. “Tudo o que é criado nos dias atuais tem a função de poupar tempo. Um exemplo clássico é o celular. Ele englobou, além da sua proposta inicial de comunicação entre pessoas, o rádio, o relógio, o acesso à internet e infinitas possibilidades de aplicativos. É mais cômodo e até barato ‘aposentar’ outros equipamentos em prol de um que faça a síntese do que buscamos”, finalizou a psicóloga.

PS. O Jornalista que escreve essa matéria tem 26 anos de idade e nem de perto se acha obsoleto ou velho. 

Notas aposentadas

As cédulas de R$ 1 deixaram ser produzidas devido ao custo elevado e ao rápido desgaste. Por isso, o Banco Central (BC) optou por lançar moedas em substituição às notas. Dependendo do estado de conservação, podem ser vendidas atualmente até por R$ 120 cada. A substituição das notas de plástico de R$ 10 também se deu pela baixa vida útil, mesmo a tecnologia tendo sido importada da Austrália, resultando em custo superior a 59% das cédulas tradicionais. No mercado dos apaixonados por relíquias, uma nota dessa pode custar até R$ 135.

Disquetes

O disquete já foi considerado um dispositivo com grande capacidade de armazenamento. Hoje, por conta do tamanho cada vez maior dos arquivos e devido à existência de mídias de armazenamento não-voláteis com mais capacidade, como cartões de memória, por exemplo, o disquete se tornou obsoleto. Eles foram amplamente utilizados de meados de 1970 até o começo dos anos 2000.

Discman

O discman foi o primeiro leitor de CDs portátil distribuído pela Sony, entrando no mercado para substituir o walkman. O produto foi lançado em 1984. No começo de suas vendas úteis obteve bastante sucesso, mesmo com seu preço de venda sendo alto. Um fator que prejudicou o prestígio foi o consumo de pilhas que ele requeria. A primeira versão também era grande e pesada. Apesar de não estar mais a venda nas lojas, o aparelho ainda pode ser encontrado em sites como o Mercado Livre.

Fitas VHS

As fitas VHS, assim como as videolocadoras, sempre lutaram contra um possível fim. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema, que data de 2015, mostra uma redução em 50% no número de estabelecimentos dessa natureza espalhados pelo país. Em Ponta Grossa não são mais do que quatro. Em Curitiba, menos de 100. A justifica para esse tipo de prejuízo está na ampliação dos serviços de streaming como o Netflix e na oferta de sites piratas como extinto Mega Filmes HD (removido pela Polícia Federal).

O ‘X’ da questão

Para quem ficou inquieto com a reportagem, a psicóloga Camila da Silva tranquiliza. “A questão de envelhecimento depende muito do mental. Encarar o passar dos anos de maneira saudável é algo que deve ser feito diariamente”, encerrou.

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