Empresário de PG é preso por venda ilegal de remédios para emagrecer

A Polícia Civil desvendou na última quarta-feira (15) um esquema de venda ilegal de medicamentos para perda de peso que tinha ramificações no Paraná e em Santa Catarina. O caso veio à tona depois que clientes de uma clínica de nutrição esportiva com filiais em Ponta Grossa, Joinville e Balneário Camboriú procuraram a Vigilância Sanitária após consumirem produtos tidos como “naturais” e passarem mal. O trabalho é encabeçado pela delegada Ana Paula Cunha Carvalho.

A investigação começou por Ponta Grossa com a tentativa do cumprimento de um mandado de prisão. Sem sucesso, os investigadores foram até Joinville. Lá, conseguiram prender o empresário Felipe Pugnator. Na clínica foram encontradas cápsulas similares as que foram encaminhadas para a perícia.  Documentos também foram apreendidos. Ele segue detido na carceragem da 13ª Subdivisão Policial (SDP).

A prisão está amparada em laudos técnicos que comprovaram a presença de Sibutramina, substância aplicada no tratamento de obesidade e que pode causar dependência. Ela só pode ser ministrada mediante prescrição médica. Por isso, ele deve responder por tráfico de drogas lícitas. “O crime dele incorre no fato de não ter graduação em nível superior que permita a administração desse tipo de medicamento”, explicou a delegada.

Com a prisão, a Polícia investiga agora a denúncia de que ele se apresentava como nutricionista, mesmo nunca tendo feito a graduação. O Conselho Regional de Nutrição (CRN) de Santa Catarina confirmou que ele não possui registro profissional junto ao órgão. O CRN ainda informou a Polícia Civil que Pugnator teria apresentado um diploma falso ao tentar credenciamento no Conselho.

Durante a tarde de quinta-feira (16), Pugnator foi interrogado. “Ele negou que se apresentava como nutricionista. Disse apenas que participava da triagem dos pacientes por ser estagiário de nutrição”, revelou Ana Paula. “Em relação ao diploma falso, ele disse que um processo para validação do documento está em trâmite em Florianópolis (SC)”, complementou.

Os advogados de Pugnator acompanharam o interrogatório. Eles já entraram com o pedido de revogação da prisão preventiva. “Cabe agora análise ao judiciário”, informou Ana Paula.

Sibutramina pode oferecer riscos

A Sibutramina age em um neurotransmissor cerebral, a serotonina, que está ligada a sensações de bem-estar e ansiedade. A pessoa que utiliza esse medicamento se sente menos ansiosa e acaba diminuindo a quantidade de alimento ingerido. Os efeitos colaterais mais recorrentes são dor de cabeça, intestino preso, sudorese, aumento de frequência cardíaca, e aumento leve de pressão arterial. A utilização do medicamento traz sérios riscos para pacientes com doenças cardíacas, cerebrais e vasculares.