Esqueleto de 1,5 mil anos de mulher acorrentada é achado em Jerusalém
Descoberta foi realizada por arqueólogos e pode reescrever a compreensão sobre práticas ascéticas
Publicado: 05/03/2025, 13:45

Escavações no monastério bizantino de Khirbat el-Masani, localizado a cerca de três quilômetros de Jerusalém, revelaram um achado surpreendente: o túmulo de uma mulher do século V envolta em pesadas correntes de metal. A descoberta foi feita por arqueólogos israelenses e pode reescrever a compreensão sobre práticas ascéticas femininas na época.
Inicialmente, os especialistas acreditavam que o esqueleto pertencia a um homem com idade entre 30 e 60 anos no momento da morte. Isso porque, após o cristianismo se tornar a religião oficial do Império Romano em 380 d.C., surgiram diversos monastérios onde monges adotavam práticas extremas de privação, como o uso de correntes no corpo para fins espirituais.
No entanto, uma análise detalhada dos peptídeos no esmalte dentário revelou que o esqueleto pertencia, na verdade, a uma mulher. Os pesquisadores não encontraram o gene 'AMELY', presente no cromossomo Y masculino, mas identificaram o gene 'AMELX', exclusivo do cromossomo X, confirmando o sexo biológico da falecida.
O achado surpreendeu os arqueólogos, pois, embora houvesse mulheres ascetas no período, elas costumavam adotar métodos menos extremos do que os monges masculinos, que frequentemente se autoflagelavam e viviam isolados no topo de pilares, envolvidos por correntes pesadas. A descoberta sugere que algumas mulheres também seguiam práticas de mortificação corporal mais severas do que se imaginava.
Com informações: Metrópoles.