Histórico: após 100 anos, arqueólogos localizam tumba de faraó
Tutemés II governou entre 1493 e 1479 a.C.; arqueólogo se emocionou com a descoberta
Publicado: 22/02/2025, 13:29

Uma missão arqueológica britânico-egípcia fez uma descoberta inédita no Egito: a tumba do faraó Tutemés II, que governou entre 1493 e 1479 a.C.. Essa é a primeira tumba faraônica encontrada em mais de 100 anos, desde a célebre descoberta da tumba de Tutancâmon em 1922.
A expedição, liderada pelo arqueólogo britânico Piers Litherland, trabalha há mais de uma década na necrópole real de Luxor, no oeste do Egito, uma região conhecida por abrigar sepulturas de antigos monarcas.
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Em entrevista, Litherland explicou que sua equipe identificou uma escadaria subterrânea, levando a um corredor obstruído por destroços devido a uma antiga enchente. Após meses de escavação e limpeza, os arqueólogos chegaram à câmara funerária, que apresentava características típicas de tumbas reais:
- Teto azul com estrelas amarelas, uma decoração reservada para faraós;
- O Amduat, um texto sagrado sobre Rá, o deus do Sol, geralmente associado aos reis egípcios.
Inicialmente, acreditava-se que a tumba pertencia à esposa de um membro da realeza. No entanto, novas evidências apontaram que o local era de Tutemés II.
Ao entrar na câmara funerária, Litherland se emocionou profundamente.
"Quando saí, minha esposa estava me esperando lá fora e eu só consegui chorar."
No entanto, a tumba estava completamente vazia. Não se tratava de um roubo, mas de um fenômeno natural. "Descobrimos que ela foi inundada. A tumba foi construída sob uma cachoeira e acabou enchendo d’água cerca de seis anos após o sepultamento", explicou Litherland.
QUEM ERA? - Tutemés II foi um antepassado de Tutancâmon e acredita-se que tenha reinado entre 1493 e 1479 a.C. Além disso, ele é conhecido por ter sido marido da rainha Hatshepsut, considerada uma das maiores faraós do Egito e uma das poucas mulheres a governar por direito próprio.
“Esta é a primeira tumba real descoberta desde a revolucionária câmara mortuária do rei Tutancâmon em 1922”, declarou o ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathy.
Para alcançar a tumba, os pesquisadores tiveram que atravessar uma passagem de 10 metros, acessível por uma abertura de apenas 40 centímetros no topo.