Crônica dos Campos Gerais: Noite tumultuada | aRede
PUBLICIDADE

Crônica dos Campos Gerais: Noite tumultuada

Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais

Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa
Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa -

Da Redação

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

22 de dezembro de 2022, 19:30. O passeio podia ter ocorrido normalmente e o endereço, encontrado com facilidade, mas não foi bem assim. A viagem começou tranquila, nós conversando com o motorista sobre assuntos do cotidiano e a programação da TV:

“Tá assistindo o Maick, o cantor de Ponta Grossa, no Faustão na Band? É um cantor muito bom! Tá na final já...”

“Não. Eu trabalho o dia todo, nem dá tempo de assistir TV, nem sabia que o Faustão tava na Band agora...”

O carro atravessando as ruas de Ponta Grossa e a gente papeando numa boa. Até que o negócio ficou estranho. Chegar numa rua à noite, no breu total, não é a mesma coisa que de dia.

“Moço! A rua Fagundes Varela é essa mas o número 699 é mais pra cima! Aqui já é dois mil e pouco!” – a mãe dizia, nervosa. “Dalton, ajude a ver os números das casas!”

Mas como enxergar na quase total escuridão? Nós três perdidos: o motorista, a mãe e eu. O GPS do motorista apontava:

“Ó! Tá mostrando que a corrida acaba aqui (no número 2652). E a gente não passou por nenhum 699. Acho que esse número não existe hein...”

Como “não existe”? Nós já tínhamos visitado o Danilo outras vezes!

Depois de muito rodar procurando, o fim da picada aconteceu quando o cara falou:

“Outra cliente chamando, eu vou deixar vocês aqui! A corrida acabou!”

Encostou o carro no meio-fio. Um matagal, sem casa à vista nem ninguém para quem pudéssemos pedir ajuda. A mãe soltou a cartada final:

“Você vai me largar aqui com um filho que não anda sozinho???!!!”

Ah! Aquilo “quebrou as pernas” do rapaz. Ao ouvir aquela frase, ele pôs a mão na consciência e algo mexeu dentro dele.

”Só não deixo vocês aqui porque são gente boa!”

Mais um pouco rodando, naquele clima tenso que se instalou entre nós, o motorista achou o número certo. Foi preciso muito empenho, algumas “puxadas de orelha” da parte do Danilo (que ligou para saber da nossa localização) pra cima do pobre rapaz, que só estava seguindo as instruções de uma inteligência artificial doida e os xingos da outra cliente que esperava um carro que nunca vinha.

O motorista se desculpou, disse que o aparelho nunca havia falhado.

Nos encontramos com os amigos para comemorar o aniversário da pequena Mel. Ao entrar na casa, a mãe pediu um copo d’água para acalmar os nervos.

No fim dessa desventura, deu tudo certo.

Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).

PUBLICIDADE

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE