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Montanhista de PG encara escalada na Patagônia argentina

Willian Lacerda conta a experiência que viveu escalando os rochedos de El Chaltén

Imagem ilustrativa da imagem Montanhista de PG encara escalada na Patagônia argentina

 Willian Lacerda conta a experiência que viveu escalando os rochedos de El Chaltén

No dia 27 de janeiro deste ano, Willian Lacerda saiu de Ponta Grossa com destino a El Chaltén. O objetivo, escalar as montanhas que estão entre as mais cobiçadas por alpinistas do mundo inteiro, na Patagônia argentina.

Sozinho, levando consigo seus 22 anos de experiência em escaladas, Willian conta o que o fez partir em uma viagem de 30 dias para as montanhas, ou ‘agulhas’ argentinas. “Fui com a intenção de escalar o Fitz Roy, que é a maior de todas as agulhas. Sua altitude é de 3.359 metros em relação ao nível do mar e suas paredes de gelo e granito chegam a quase dois quilômetros de altura”.

Levando do Brasil todo o equipamento necessário para escalada em rocha e gelo, Willian percorreu quase cinco mil quilômetros de Ponta Grossa até o destino final. Foram 15 horas de viagem, passando por Curitiba e entre os voos para Porto Alegre, Buenos Aires e El Calafate, além de mais três horas de van até o vilarejo de El Chaltén. O mesmo trajeto pode durar até um dia e meio dependendo das escalas aéreas.

Esta não foi a primeira, mas a quinta vez que ele esteve naquelas montanhas e, embora o objetivo principal seja subir os rochedos, a satisfação está na experiência como um todo. “Lá sempre é incrível, novas amizades, muito aprendizado sobre escalada em gelo, principalmente para nós do Brasil que não temos neve. Se aprende muito sobre companheirismo, dividir tarefas, ajudar o próximo e, que o cume da montanha é um simples detalhe. Se por ganância você arriscar mais do que deve, pode não retornar da montanha”.

Os momentos de alegria e também de tensão fazem tudo valer a pena, segundo o alpinista. “Li um relato de um amigo e concordo plenamente: ‘nem sempre o cume é chegar lá em cima. Às vezes o cume é chegar em casa’. Você acaba voltando sempre mais humilde e satisfeito por ter contemplado toda essa grandiosidade”.

A região de Él Chaltén fica propícia para escalada entre os meses de dezembro a março, devido a menor quantidade de gelo. É fundamental que as condições climáticas estejam favoráveis para que seja seguro subir a montanha. Isso porque em caso de tempestade, os ventos podem chegar a 150 km/h, além da chuva e da neve. “Você tem que ficar a espera de uma janela de bom tempo. Conforme o tamanho da janela é a escolha da agulha que vai escalar. E ainda no meio do percurso tem o risco de a previsão mudar e você precisar retornar”.

As subidas não são feitas com guias, mas sim com a companhia de mais um ou dois escaladores. As aproximações à montanha consistem, em média, de 20 a 30 quilômetros de caminhada. Portanto, estar preparado para qualquer eventualidade é fundamental. “Tem que levar tudo para sobreviver nesses dias. Equipamento de escalada, comida, roupas, fogareiro, barraca”, contou.

As ‘janelas de bom tempo’ no período em que Willian esteve lá duraram de um a três dias, rendendo três subidas. Duas a Fitz Roy. “Fiz dois intentos nele, mas na primeira tentativa descemos depois de uns 500 metros devido à mudança do clima e de uma tempestade que se precipitou”, contou.

 Na segunda vez, a tempestade que houve antes da janela de bom tempo congelou a parede e os alpinistas esperaram um dia e meio em cima da montanha pelo descongelamento, mas, devido às baixas temperaturas, isso não aconteceu. “Ficamos a uns 600 metros do cume. Descemos quando já entrava outra tempestade. Depois, numa janela de um dia, escalei a agulha de La'S, num ataque mais   rápido. Saí à meia noite de Chaltén, cheguei às 9 horas da manhã na agulha, fizemos cume e às 22 horas, estava de volta. À meia noite começou a chover novamente. Tivemos o tempo exato e não paramos por 22 horas consecutivas”, contou Willian.

As próximas expedições de Willian Lacerda já estão programadas. “Tenho algumas aventuras aqui na Serra do Mar para os próximos meses e ainda este ano pretendemos escalar uma nova rota no Espírito Santo e uma viagem à Califórnia, no Yosemite Park, para escalar o El Capitan, com paredes de mil metros”. Para isso, o montanhista conta com o patrocínio de duas empresas, a Conquista Montanhismo e a Bonier Equipamentos.

Conhecendo El Chaltén

A cerca de três horas de El Calafate, o povoado com cerca de 500 habitantes é um dos locais mais procurados na região da Patagônia argentina para quem gosta de atividades outdoor como trekking (caminhadas na natureza), mountain bike, navegar de caiaque e pescar. O local chama a atenção graças às suas belas trilhas e uma cadeia de montanhas que atrai escaladores do mundo inteiro. A temporada ideal para escaladas é de dezembro a março, sendo fevereiro o mês ideal. As duas montanhas mais procuradas são a Fitz Roy, com 3.359 metros de atura e Cerro Torre, com 3.128 metros.

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