PONTA GROSSA
Agosto tem chuvas abaixo da média no Paraná
Mesmo em regiões onde o acumulado em agosto foi maior que a média prevista para o mês, o volume de chuvas ainda não foi suficiente
Da Redação | 03 de setembro de 2021 - 04:03
Mesmo em regiões onde o acumulado em agosto foi maior
que a média prevista para o mês, o volume de chuvas ainda não foi suficiente
A forte estiagem que atinge o Paraná, que levou o Governo a
decretar situação de emergência hídrica em todo o Estado, ainda
não dá sinais de trégua. No mês de agosto, grande parte do território
paranaense ainda apresentou acumulados de chuva abaixo ou próximo à média
para o mês, como mostra o levantamento feito pelo Sistema de Tecnologia e
Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a pedido da Agência de Notícias do
Paraná, em nove estações meteorológicas do Estado.
Em setores mais ao Norte, Oeste, parte do Centro e no Sul do
Estado o déficit de precipitação foi mais significativo. A maior redução
no volume de chuvas foi na região Norte. O acumulado no mês na estação de
Londrina foi de apenas 17 milímetros, 71,4% a menos do que a média para agosto,
que é de 59,4 milímetros.
Na margem oeste do Estado, que abrange as regiões Oeste,
Noroeste e Sudoeste, as precipitações também ficaram abaixo do esperado. A
estação de Cascavel teve um acúmulo de 29 milímetros no mês passado, 66,3% a
menos que a média histórica de 86,2 milímetros. Na de Maringá, cujo volume
médio esperado era 66,1 milímetros, choveu apenas 23,2 milímetros, uma redução
de 64,9%.
No Sudoeste, onde a situação para o abastecimento é uma das
mais críticas do Estado, o volume foi cerca de 60% abaixo da média. O acumulado
na estação de Pato Branco em agosto chegou a 42,4 milímetros, enquanto o volume
médio esperado era de 103,6 milímetros.
Em Palmas, choveu 42 milímetros, 62,4% abaixo da média para
o mês, de 111,8 milímetros. Em União da Vitória, na região Sul, o volume
de chuvas foi 57,9% menor que a média histórica de 107,8 milímetros, com o
acúmulo de 57,9%.
DÉFICIT DE CHUVAS – Mesmo em locais onde o volume de
chuvas ficou mais próximo ou acima da média climatológica, as precipitações de
agosto ainda não foram suficientes para corrigir o déficit hídrico. É o caso da
Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e do Litoral.
“O volume de chuvas dentro ou acima do esperado nessas
regiões não é indicativo de recuperação no déficit hídrico, que não pode ser
corrigido com apenas um mês chuvoso”, explica a Lídia Mota, meteorologista do
Simepar.
Os 104,4 milímetros acumulados na estação meteorológica de
Curitiba em agosto, 26% superior que a média de 82,7 milímetros para o mês, foi
importante para não reduzir ainda mais o nível dos reservatórios que abastecem
a RMC, mas ainda não há sinais de estabilidade.
O volume médio de água nas barragens subiu pouco mais de
dois pontos percentuais em um mês, passando de 49,7% no início de agosto para
51,92% nesta quinta-feira (2), de acordo com o monitoramento da Sanepar.
Também foi registrado aumento no volume de precipitações nas
estações de Paranaguá (Litoral), com o acúmulo de 141,6 milímetros, o dobro da
média histórica (70,7 milímetros), e de Guarapuava (Centro), onde a chuva
acumulada chegou a 118,8 milímetros, pouco mais que o volume médio de 102,8
milímetros.
SETEMBRO – Junto com as flores, a chegada da primavera
traz sempre a esperança de mais chuvas. Setembro é um mês de transição entre um
período mais seco com a estação chuvosa. Mas a previsão do Simepar ainda é de
neutralidade, já que não são observadas oscilações oceânicas que possam
impactar no volume de chuvas.
Há sinais de chuvas pouco abaixo da média no Oeste e
Sudoeste e de um volume maior de precipitações nas cidades próximas a Santa
Catarina. No Estado, de modo geral, é possível que o volume fique próximo à
média.