PONTA GROSSA
Prefeitura sugere ‘bônus’ para contribuinte quitar dívidas
Da Redação | 09 de abril de 2019 - 09:47
‘Regulariza PG’ pretende
dar bônus de até 20%, em próximos pagamentos, ao contribuinte que quitar
dívidas tributárias. Base de Rangel na Câmara tem dificuldade para aprovar projeto
A Prefeitura de Ponta Grossa encaminhou à Câmara um projeto
de lei para incentivar que contribuintes em dívida com o município possam
quitar tributos atrasados. O projeto 54/2019, chamado de ‘Regulariza PG’,
chegou a entrar na Ordem do Dia da sessão desta segunda-feira (8), mas foi
retirado para vistas pelo vereador Sebastião Mainardes Junior (DEM).
A proposta do Poder Executivo é dar um ‘bônus’ em pagamentos
futuros de até 20% do valor em atraso quitado pelo contribuinte. De acordo com
o projeto, estão aptos para participar do programa aqueles que possuírem
dívidas de até 62 valores de referência – ou cerca de R$ 5 mil. Em resumo, o
contribuinte quita de forma integral a dívida com o município e ganha um ‘desconto’,
de até 20% sobre o valor pago, na próxima vez que for pagar o imposto.
Encaminhada à Câmara nos últimos dias, a medida ganhou
resistência por parte dos vereadores da oposição – que podem até mesmo
inviabilizar a aprovação. Isso porque o projeto de lei, de acordo com o
regimento interno, precisa de 16 votos favoráveis para ser aprovado, enquanto a
base aliada conta atualmente com 15 vereadores. De acordo com membros da
oposição, o número insuficiente de votos foi um dos motivos pelos quais
Mainardes, da base de Rangel, pediu vistas durante a sessão: a proposta acabaria
rejeitada por não atingir o número total de votos.
A justificativa da oposição é que a proposta seria muito
semelhantes ao ‘Passe IPTU’, projeto que trocaria o pagamento de impostos
atrasados por créditos no transporte público municipal – que foi recusada
recentemente na Câmara. Além disso, outra justificativa contrária diz respeito
ao item B) do Artigo 5º (que poderia premiar o munícipe com ‘bens’, ao invés
dos bônus futuros) e também do Artigo 6º (que autoria o Executivo a
regulamentar a lei por meio de decreto). Para a oposição, os dois artigos
dariam ‘brechas’ para que a Prefeitura pudesse oferecer itens diferentes do
desconto prometido – como passes do transporte público, por exemplo.
Oposição deve se
reunir com secretário
Por conta das divergências na proposta – e também da possibilidade de barrar a aprovação –, parte dos vereadores do grupo de oposição devem se reunir com o Secretário Municipal da Fazenda, Claudio Grokoviski, para sugerir alterações no projeto e até mesmo uma possível retirada da proposta, para que seja apresentada em novos moldes. A reunião ainda não está confirmada, mas deve acontecer na quinta-feira (11). O projeto de vistas, por dois dias, obriga a medida a retornar à sessão somente na segunda-feira (15), caso não haja nenhuma alteração.