Aguinel diz que doações de assessores são legais

Líder da oposição na Câmara Municipal, Aguinel Batista (PCdoB) diz que doações de assessores parlamentares ao partido são legais e pede fim de ataques entre vereadores

O líder da oposição na Câmara de Ponta Grossa, vereador Aguinel Batista (PCdoB), rebateu as suspeitas de desvio de verbas salariais do Legislativo e disse que as doações de assessores parlamentares ao partido são legais. Aguinel criticou, ainda, o vazamento das gravações do seu gabinete sobre o suposto esquema e defendeu uma ‘agenda positiva’ entre a oposição e a base governista da Câmara.

Em uma das gravações, publicadas pelo site BlogdoDoc nesta segunda-feira, um ex-assessor discute com o parlamentar a situação e outro assessor, que supostamente não estaria disposto a renunciar a parte do salário para ‘ajudar o gabinete’ . Na conversa, os dois falam na nomeação de outra pessoa, que concordaria com o suposto rateio na remuneração. O caso veio à tona na última quinta-feira, quando a assessoria do líder do governo, Romualdo Camargo (PSDC), comentou a respeito de gravações que poderiam comprometer Aguinel.

Ainda segundo o BlogdoDoc, ao todo seriam seis gravações feitas pelo ex-assessor do líder da oposição, Joel Gonçalves, que estariam sendo transcritas. O blog afirma que o próprio Joel deve formalizar a denúncia ao Ministério Público Estadual (MP).
“O que nós temos de conhecimento são conversas que fazemos. Os senhores sabem que os partidos políticos recebem contribuições dos nossos assessores, eu mesmo contribuo com o meu partido”, disse durante a sessão de ontem. “Isso não está errado, não é ilegal, isso é correto, o partido político precisa de sustentação financeira e no PCdoB a contribuição é de forma voluntária. Dá aquele assessor que quer, ninguém é obrigado”, completou Aguinel.

Além de negar qualquer ilegalidade nas conversas gravadas, o líder da oposição sinalizou ‘bandeira branca’ à liderança do governo. “Uma das melhores falas que o vereador Romualdo disse foi onde ele cita uma agenda positiva a esta Casa de Leis”, afirmou. “Nós ficamos muitas vezes nos digladiando dentro desta Casa, se tornando em alguns casos inimigos pessoais. E a população não ganha nada com isso. A esta agenda positiva que o ilustre vereador Romualdo comentou eu quero me somar”, disse Aguinel.

CONFLITO
Gravações aumentam tensão entre Aguinel e Pietro
O vazamento das gravações aumentou a tensão entre Aguinel Batista (PCdoB) e Pietro Arnaud (PTB). Em pronunciamento durante a sessão de ontem, Pietro disse que o líder da oposição teria o procurado durante o fim de semana em busca da reconciliação. Segundo o vereador do PTB, Aguinel foi até a sua residência para falar sobre as gravações. Mas Pietro preferiu falar por telefone. “Posteriormente a esta conversa, onde o vereador pergunta de supostas gravações, ele (Aguinel) me pede perdão de várias coisas”, relatou. “O vereador Aguinel me mandou várias mensagens dizendo que está disposto a falar bem dos meus projetos de lei, que vai conscientizar a categoria do transporte coletivo para que não haja ameaças e que vai trabalhar pelo fortalecimento do meu trabalho parlamentar”, completou. Em referência às gravações vazadas, Pietro disse ‘cuida de seus assessores’ e que gostaria que o líder da oposição fizesse o mesmo. Antigos aliados, os dois parlamentares romperam e se tornaram adversários após a apresentação do projeto que prevê a extinção dos cobradores do transporte coletivo municipal.

O QUÊ
>> Retaliação
O líder da oposição Aguinel Batista (PCdoB) considerou ‘retaliações’ o vazamento das gravações em seu gabinete. Na semana passada, o vereador cobrou esclarecimentos sobre o aditivo ao acordo coletivo de trabalho do Sindicato dos Motoristas e Trocadores (Sintropas), assinado em outubro de 2014 pelo então presidente da entidade, Ricardo Peloze, pelo prefeito Marcelo Rangel (PPS) e pela direção da Viação Campos Gerais (VCG). Além do aditivo, a oposição questionou a nomeação de pessoas próximas a Peloze na Prefeitura e, posteriormente, o cargo cedido a ele pela liderança do governo da Câmara.