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PG registra maior abstenção em eleições municipais desde 1988

Apesar de 259.463 ponta-grossenses estarem aptos a votar neste ano, no último domingo (27), 69.241 eleitores deixaram de ir às urnas

Justiça Eleitoral fará pesquisa para descobrir as causas das abstenções
Justiça Eleitoral fará pesquisa para descobrir as causas das abstenções -

Levantamento feito pelo Jornalismo do Grupo aRede, com base em estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que o segundo turno das Eleições Municipais de 2024, em Ponta Grossa, registrou a maior abstenção desde 1988, quando todos os municípios brasileiros realizaram o pleito simultaneamente pela primeira vez.

Apesar de 259.463 ponta-grossenses estarem aptos a votar neste ano, no último domingo (27), 69.241 eleitores deixaram de ir às urnas, o que representa 26,69% do eleitorado. 

O percentual é maior do que o alcançado no primeiro turno, com 23,98% dos votantes ausentes. As estatísticas ainda mostram que o número de faltantes (62.213) foi maior que o total de votos recebidos por cada um dos cinco candidatos que participaram da corrida eleitoral. 

HISTÓRICO - Até então, a maior abstenção do período havia sido atingida no segundo turno do pleito municipal de 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando 24,90% do eleitorado deixou de votar. Na ocasião, Elizabeth Schmidt e Mabel Canto também eram as candidatas que disputavam a Prefeitura de Ponta Grossa

Antes da crise sanitária, o maior registro de faltantes aconteceu no segundo turno das eleições de 2012 - a abstenção do pleito foi de 16,87%. Por outro lado, o menor índice foi em 1988, quando 7,32% dos eleitores não participaram da votação. 

Entre o segundo turno de 2012 e o primeiro de 2016, a abstenção também apresentou queda significativa em Ponta Grossa - o valor caiu de 16,87% para 9,30%. No entanto, o segundo turno daquele ano já voltou a ter elevação nos ausentes. 

MOTIVAÇÃO - No domingo de votação, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, anunciou que a Justiça Eleitoral fará uma pesquisa para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir as ausências nas próximas eleições, em 2026.

Apesar da votação ter ocorrido sem intercorrências, para o juiz Gilberto Romero, da 14ª Zona Eleitoral, diferentes motivos podem estar associados ao aumento da abstenção. “O número de faltantes pode refletir o descontentamento do eleitorado com a política. Além disso, pode indicar que esses eleitores não se sentem representados e legitimados pelos candidatos”, explica. 

Outro fator apontado pelo juiz eleitoral é o baixo valor da multa aplicada aos eleitores que não vão às urnas - quem não vota e não justifica a ausência precisa pagar R$ 3,51 à Justiça Eleitoral.

JUSTIFICATIVA - O eleitor que não compareceu às urnas na data da votação tem até 60 dias após o pleito para justificar a ausência. O prazo para ausência no primeiro turno é 05 de dezembro. Já o do segundo é 07 de janeiro de 2025. O processo pode ser feito pelo aplicativo e-Título ou pelo Título Net, no site da Justiça Eleitoral. Ainda é possível justificar presencialmente, levando um requerimento a qualquer cartório eleitoral. Quem não justifica a ausência, por exemplo, fica impedido de emitir passaporte, entre outras consequências.

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