Política
Ratinho Jr quer fazer do PR o ‘melhor estado do país’
Futuro governador avalia escolha de secretários ‘preparados’ e comenta sobre entraves registrados durante o processo de transição.
Rodrigo de Souza | 29 de dezembro de 2018 - 01:23
Futuro governador
avalia escolha de secretários ‘preparados’ e comenta sobre entraves registrados
durante o processo de transição.
O Paraná inicia o ano de 2019 com um novo gestor. Escolhido
ainda no primeiro turno das eleições, o empresário Carlos Massa – ou Ratinho
Junior, como é conhecido – tem o objetivo de fazer das terras paranaenses, como
ele mesmo disse, “o melhor estado do Brasil”.
Durante o período de quase dois meses entre o final das
eleições e início da gestão, Ratinho Junior já se apresentou como um homem de
trabalho e disposto a mudar todo o sistema administrativo do Estado. Foi
pensando em ‘enxugar a máquina’, por exemplo, que o futuro governador contratou
a Fundação Dom Cabral, empresa especialista em administração pública, para
realizar um estudo e apresentar um novo organograma do Estado – o levantamento
diminuiu de 28 para 15 as secretarias de governo. Os nomes escolhidos para
assumir as pastas também dão o tom de mudança. Ratinho Junior escolheu
profissionais com capacitação nas áreas ou que já tiveram um grande
envolvimento em cada setor para chefiar as secretarias.
Outro grande ponto chave do período foi a relação entre as
equipes de transição. Apesar de harmoniosa em boa parte do tempo, algumas ações
tomadas pelo governo de Cida Borghetti (PP) fizeram com que os membros da
próxima gestão tivessem certos entraves. O principal deles diz respeito a
contratos assinados às vésperas da cerimônia de transmissão de cargo, em
especial aos R$ 400 milhões para a dragagem dos portos de Paranaguá e Antonina.
A equipe de Ratinho Junior tem dúvidas em relação à pressa para formalizar as
assinaturas e garante que irá investigar todos os contratos do governo do
Estado nos últimos dias.
Às vésperas de assumir a mandato como governador do Paraná,
Ratinho Junior falou, em Curitiba, sobre a transição, as preocupações para o
início da gestão e as prioridades nos primeiros meses de governo.
Jornal da Manhã: Como
o governador avaliou todo o processo de transição até o momento?
Ratinho Junior: A
transição começou tarde, por decisão do atual governo, algo que lamentamos,
pois gostaríamos que começasse em seguida às eleições para que pudéssemos ter
mais tranquilidade para levantar os contratos, licitações e projetos em
andamento. O que nos preocupa muito é a questão financeira do estado, porque
muitas das informações nós não temos ainda consolidadas. Existe um problema
inclusive com a secretaria da Fazenda, com o software, mas nós estamos fazendo
um levantamento. Existe uma previsão de que o governo não tenha uma sobra de
caixa confortável para começar o ano. Diante deste cenário, vamos ter que fazer
muitos cortes, muitos ajustes, para que a gente consiga cumprir os compromissos
neste início de ano, em especial nos primeiros 90 dias.
Eu determinei que todos os contratos dos últimos 30, 40
dias, sejam revistos, aquelas licitações que não são prioridade para atender a
população a gente pretende cancelar, o que juridicamente for possível. Vamos
priorizar aquilo que é necessário, em especial a questão da saúde, a questão da
educação, já que as aulas começam em fevereiro. Janeiro é um mês difícil por
conta de epidemias como a da dengue, estamos que estar preparados para o
combate, precisamos ter dinheiro em caixa para isso e, obviamente, honrar os
compromissos.
JM: O governador
anunciou que uma das principais bandeiras do governo é um enxugamento da
máquina pública e corte nos gastos. Como pretende fazer este trabalho junto aos
secretários?
Ratinho: Vamos
fazer um pente-fino. Começamos diminuindo as secretarias, de 28 para 15. É o
estado que mais cortou secretarias até agora, pelo que levantamos. A ideia é
enxugar a máquina pública, fazer um pente-fino em todos esses contratos. Tivemos
o caso da dragagem do Porto de Paranaguá, que vai custar R$ 400 milhões, cujo
contrato foi assinado a poucos dias para terminar o ano. Esse é o tipo de coisa
que deveria ter sido discutida com mais profundidade, jogada para o ano que vem
para que a gente pudesse avaliar o contrato, que envolve milhões. A intenção é
rever tudo isso. E vou determinar logo no início do mês de janeiro, uma
auditoria na folha de pagamento e também na previdência. Nós queremos realmente ver se as pessoas estão
trabalhando de maneira correta, que não tenha gente recebendo em duplicidade,
para que o dinheiro público possa ser bem aplicado.
JM: O governador
reduziu de 28 para 15 secretarias. Qual foi o critério para chegar nesse modelo
e como foi a composição dos indicados para assumir as pastas?
Ratinho: Foi a
primeira vez na história do Paraná que foi contratada uma consultoria, uma das maiores
empresas especializadas em Gestão Pública, que é a Fundação Dom Cabral, para
fazer uma modernização do organograma do estado, repensar o número de
secretarias. Era um compromisso que eu tinha com os paranaenses, de reduzir
aquelas secretarias que foram criadas ao longo dos anos para acomodar amigos,
parentes de políticos. Nós resolvemos acabar com todas elas e deixar só as que
realmente são importantes para tocar o Estado. Então nós reduzimos de 28 para
15 secretarias, elas foram todas analisadas e reorganizadas pela fundação Dom
Cabral e todos os secretários e secretárias foram indicados por um critério
extremamente técnico. Se pegar o currículo de todos eles, você vai ver que são
pessoas preparadas, formadas, pós-graduadas, alguns doutores, a nossa
preocupação foi a de montar um time de excelência que possa prestar um bom
serviço ao estado.
JM: O governador
passou alguma orientação aos secretários e toda a equipe de governo para o
início do mandato?
Ratinho: Primeiro
pedi muita lealdade ao povo do Paraná. Temos essa obrigação e o compromisso de
sermos eficientes, aplicar da maneira possível o dinheiro público e acima de
tudo trabalhar muito. Eu não gosto de ter na minha equipe pessoas que não
gostam de trabalhar. Escolhi pessoas que têm capacidade técnica e disposição
para trabalhar.
JM: O que os
paranaenses podem esperar do governo Ratinho Junior a partir de 2019?
Ratinho: Pode
esperar muita vontade de trabalho, muito planejamento, nós vamos fazer do
Paraná o melhor estado do Brasil, eu tenho convicção disso. Vamos fazer do
Paraná o estado mais moderno do Brasil. Queremos colocar a educação entre as
três melhores do país, fazer com que a segurança pública ser respeitada e até
servir de modelo para outros estados, utilizando para isso a tecnologia. Acima
de tudo, queremos fazer do Paraná um estado que possa gerar oportunidades, a
nossa preocupação, a nossa missão vai ser criar empregos. Para isso vamos
trabalhar para atrair empresas do Brasil e também de fora, para investir no
Paraná e gerar emprego pra nossa gente, este é o nosso compromisso.