Política
“Retrocesso”, diz Esméria sobre proibição de celulares nas escolas
Secretária de Educação fez duras críticas ao projeto que quer proibir uso de celulares na sala de aula e no ambiente pedagógico
Afonso Verner | 21 de julho de 2018 - 06:30
Secretária de Educação fez duras críticas ao projeto que quer proibir
uso de celulares na sala de aula e no ambiente pedagógico
No comando da educação municipal desde 2013, a professora
Esméria Saveli, classificou como “retrocesso” o projeto de lei (PL 95/2018) do
vereador Celso
Cieslak (PRTB) e que propõe proibir o uso de celulares em sala de aulas e espaços
pedagógicos nas escolas mantidas pela Prefeitura. A proposta de Celso foi
protocolada na Câmara Municipal e ainda não tem data para ser votada.
Consultada pelo Jornal da Manhã e portal aRede sobre o teor
da proposta, Esméria foi taxativa. “Daqui a pouco vão propor uma lei que impeça
que o sol nasça ou que o galo cante”, disparou a secretária. Esméria lembrou
que o uso de aparelhos celulares, tablets e computadores tem se tornado comuns
no ambiente escolar, desde que sejam orientados por procedimentos pedagógicos.
A secretária frisou ainda que o problema de uso de celulares
de forma excessiva é uma questão muito mais presente no ensino fundamental,
médio e superior do que no ensino básico, mantido pela Prefeitura. “Nossas
crianças não levam celulares para a escola. Os aparelhos tecnológicos que elas
tem contato fazem parte da rotina escolar orientada por procedimentos de ensino
que tem ligação com a idade destas crianças”, destacou Esméria.
Esméria ainda foi taxativa sobre a possível aprovação da lei
– que ainda tem que passar pelas comissões internas e ser votada em dois
turnos, no plenário do Legislativo. “Jamais colocaria uma proibição como essa
dentro do ambiente escolar. É evidente que o uso do celular ou tablet será
feito dentro de uma atividade pedagógica, mas não vou fazer com que a escola
volte ao começo do século XX”, explicou a secretária que é mestre e doutora em
Educação.
Outro ponto destacado por Esméria é que a própria Secretaria
Municipal de Educação (SME) tem formado e aperfeiçoado professores para que os
docentes possam utilizar aparelhos de tecnologia, entre eles o celular, em
situações dentro de sala de aula. “Para propor a regulamentação do ambiente
escolar, é preciso conhece-lo. Atualmente temos ido de encontro a modernização
do ambiente pedagógico”, afirmou a secretária.
Na justificativa do projeto de lei, Celso argumenta que a
medida visa garantir a “essência do ambiente escolar, sem distrações que possam
comprometer o desenvolvimento e a concentração dos alunos”. Além disso, o
vereador argumenta que a proposta visa proibir o uso de aparelhos celulares no
decorrer da atividade de ensino, momento de relação entre professor e aluno.
Flexibilização do
ensino
Celso Cieslak foi autor de um projeto que previa a
flexibilização do ensino integral público no município – a proposta também era
assinada pelo vereador Jorge da Farmácia (PDT). Refutada pela secretaria de Educação, Esméria
Savelli, a proposta de viabilizar o ensino integral acabou sendo rejeitada
pela Câmara
– o ex-vereador Julio Küller (hoje no MDB) chegou a propor e
aprovar a flexibilização, mas a medida acabou sendo vetada pelo prefeito
Marcelo Rangel (PSDB).
Congresso de Educação
Esméria Saveli lembrou ainda que o Congresso de Educação de
2018 discutirá o ato da leitura, em diversos contextos, entre eles na
plataforma do celular. O evento é realizado pelo município e reúne uma série de
escritores, sendo uma das datas mais importantes do calendário cultural da
cidade.