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Crônica dos Campos Gerais: Cine Inajá

Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais

Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais
Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais -

De todas às vezes que fui ao cinema em minha vida, a que mais me marcou foi para assistir ao filme Contatos imediatos de terceiro grau.

Eu tinha cerca de 10 anos na época, e não sei se foi pela emoção de, pela primeira vez, assistir a um filme adulto, ou por estar na companhia de meu pai, ou pelos dois motivos, mas as recordações ainda me são vívidas.

Começa pelo local, o famoso e inigualável Cine Inajá. No centro de Ponta Grossa, era um local quase mítico, pois cinema não era uma diversão corriqueira. Suas poltronas confortáveis, vermelhas, em courvin, aquela iluminação com a intensidade característica das salas de projeção, o palco e aquele enorme e mágico telão branco, onde os sonhos e as realidades eram mostrados. Pipoca.

Os momentos que antecediam o início da projeção eram marcados por um característico som e as luzes apagando lentamente. Canal 100. Notícias do Governo, as imagens dos atletas de futebol, em branco e preto ainda, alguns trailers de próximos filmes, então o momento esperado.

Todas aquelas cenas, os atores, brilhando aos olhos do pequeno Mário, ainda a sensação de proteção que seu pai lhe proporcionava nos momentos mais tensos da exibição, ficaram impressos em minhas memórias. O som da música e das cenas, a alternância de cores, dias e noites passando rápida e intensamente em minha frente, criando a sensação de fazer parte da história.

Creio que não somente eu, mas todos que assistiram ao filme, principalmente no cinema, não conseguem esquecer aquela música tocada pela nave extraterrestre (ré, mi, dó, dó, sol...), e repetida pelos cientistas, sobre a icônica montanha, vinda de todos os lados dentro do Inajá. Emocionante, mágico, verdadeiramente um contato muito intenso, muito vivo.

Devo ter apertado inúmeras vezes as mãos de meu pai naquela noite. Sobem os créditos, a luz vagarosamente retoma sua intensidade inicial, e as pessoas lentamente levantam-se e começam a sair. Também nos levantamos e saímos. Vagarosamente nos dirigimos à saída, alguns cartazes de filmes anunciam as próximas atrações, mas suspeito que nenhum destes possa equiparar ao então assistido.

Descemos alguns metros pela XV de Novembro, subimos no Opala amarelo e voltamos para casa. Amanhã tem aula e meu pai volta para Palmeira, para trabalhar. Mas os ETs nunca mais me abandonaram. Nem as emoções que me proporcionaram. Nem o cheiro do CINE INAJÁ.

Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).

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