Editorial
Os esforços de PG para amparar o morador em situação de rua
Da Redação | 04 de novembro de 2025 - 02:58
					O morador em situação de rua não é um problema social exclusivo de Ponta Grossa. Cidades de diferentes portes observaram um agravamento deste fenômeno com a pandemia do coronavírus, em 2020, com impactos devastadores em diferentes setores da sociedade. Mas, há outros fatores determinantes para o aumento dessa população: um deles é o fácil acesso às drogas (como o crack), e outro são as doenças relacionadas aos transtornos mentais.
O poder público atua em diferentes frentes para amparar essa população e, também, para evitar o aumento. Matéria especial do Portal aRede e Jornal da Manhã revela que a maioria dessas pessoas se referem a familiares de presos e de catadores de material reciclável. Cerca de 91,8% delas são homens, com faixa etária concentrada entre 25 e 44 anos, cujo ensino fundamental não foi concluído (52,2%), e, embora a maioria saiba ler e escrever (94,7%), uma parcela significativa não possui estas habilidades básicas. Quanto ao perfil racial das pessoas em situação de rua em Ponta Grossa, verifica-se que a maioria se declara como branca (62,8%), seguido por pessoas pardas (28,4%), e, então, pessoas pretas (8,6%).
A principal causa apontada para a população ir para as ruas são os conflitos familiares. A quebra de vínculos e a falta de suporte levam muitos indivíduos, inclusive jovens e pessoas LGBTQIA+, a essa situação. A dependência química é o segundo motivo mais citado. O uso abusivo de álcool e outras drogas, como o crack, pode levar à perda do emprego e do vínculo familiar, contribuindo para a condição de rua. O desemprego, a perda da moradia e a desigualdade social são fatores estruturais que também desempenham um papel significativo.
Especialistas reforçam que a relação entre drogas e violência é complexa. O uso de substâncias pode tanto ser uma tentativa de fuga dos problemas e do sofrimento vivenciado nas ruas, quanto pode estar associado a crimes (como furtos para sustentar o vício). A disponibilidade de drogas ilícitas em certos locais também pode levar a disputas territoriais e aumentar a violência, afetando não somente a população em situação de rua, mas a segurança pública, em geral.
A abordagem a essa problemática exige políticas públicas abrangentes que vão além da segurança pública e, de igual forma, incluam serviços de acolhimento institucional e programas que auxiliem na reconstrução de vínculos familiares e sociais. Também é importante o acesso a tratamento para dependência química e saúde mental, que muitas vezes é um fator agravante. São importantes, além de moradia, o trabalho e educação como medidas estruturantes para combater a desigualdade social que é a raiz do problema.