Editorial
A morte virou rotina nos trechos urbanos das rodovias de PG
Da Redação | 30 de abril de 2025 - 01:43

Até quando pessoas vão continuar morrendo no traçado rodoviário de Ponta Grossa? A Avenida Presidente Kennedy, perímetro urbano da Rodovia do Café, se transformou num verdadeiro “corredor de tragédias”, principalmente no trecho que liga os viadutos dos núcleos Santa Paula e Santa Maria. Mas, a rotina de acidentes, que enlutam as famílias e lotam os hospitais da cidade com pessoas feridas, parece não sensibilizar aqueles que, por obrigação, têm o dever de apresentar soluções para este grave problema.
O Portal aRede e do Jornal da Manhã mostraram, ao longo das últimas semana, estatísticas que refletem a insegurança no traçado rodoviário de Ponta Grossa. Uma das reportagens revelou que, desde o início do ano passado, 22 pessoas morreram em trechos urbanos de rodovias federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Tal cenário reforça a urgência de intervenções imediatas nas estradas que passam pelo município.
A cidade carrega o título de maior entroncamento rodoviário do Sul do Brasil. É no Viaduto Eurico Batista Rosas que as BRs 373 e 376 e a PR-151 se encontram. Parte significativa deste fluxo, que vem de São Paulo, Mato Grosso do Sul e das regiões Norte e Sudoeste do Paraná, é absorvida por uma única via: a Avenida Presidente Kennedy.
A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) iniciou um levantamento sobre acidentes, mortes e infrações cometidas na BR-376 para reivindicar melhorias na estrada, principalmente nas proximidades do Viaduto Santa Terezinha. Um dos problemas apontados pelo Sindiponta é a falta de manutenção preventiva para o fluxo recebido pelas rodovias. Como exemplo, Conche cita o trecho que passa em frente ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Segundo o presidente, a condição da via faz com que motoristas optem por trafegar pela faixa da esquerda, o que pode gerar lentidão no local.
Com R$ 36 bilhões em obras, os contratos dos lotes 3 e 6 das rodovias foram assinados na segunda-feira (28). Neles estão previstos dois novos contornos para Ponta Grossa: o Contorno Norte, com 14,65 quilômetros, entre a BR-376 e a BR-373, e o Contorno Leste, que vai ligar a BR-373 à PR-151 e terá 27,7 quilômetros de extensão. No entanto, as obras devem ser entregues entre o 6º e o 7º ano de concessão. Ou seja, a partir de 2031, prazo nada esperançoso para quem aguarda soluções rápidas.
Discursos e promessas não vão reduzir acidentes ou salvar vidas. As lideranças políticas e empresariais da cidade, juntamente com as principais entidades do município, precisam exigir do governo estadual e da União intervenções imediatas.