Editorial
Industrialização agrega valor aos produtos regionais
Da Redação | 20 de março de 2025 - 00:00

A força do cooperativismo da região dos Campos Gerais vai além da simples produção no campo: ela avança para a industrialização. E essa industrialização gera muita riqueza e muitos empregos, porque o beneficiamento também é feito nas cidades da região, que transporta matérias elaboradas, e não apenas os produtos brutos do campo.
Um exemplo é o da Unium, a marca da intercooperação da Frísia, Castrolanda e Capal, cooperativas sediadas em Carambeí, Castro e Arapoti, respectivamente. Como detalhado na reportagem desta edição de quinta-feira (20) do Jornal da Manhã, apenas a industrialização do leite gerou um faturamento de R$ 4,2 bilhões para as três cooperativas participantes. Esse foi um valor que cresceu em relação a 2023, na casa dos 5%.
Essa intercooperação possui três unidades de beneficiamento de leite, em diferentes cidades, sendo duas na região (Castro e Ponta Grossa), onde elaboram não somente os produtos com as marcas da intercooperação (Naturalle, Colônia Holandesa, entre outros), mas também de outras marcas líderes de mercado. E desse beneficiamento resultam produtos como creme de leite, leite condensado, queijos, achocolatados – além, é claro, do leite em caixa e leite em pó.
Da mesma forma, em Ponta Grossa, há a união dessas três cooperativas no processamento de trigo, no moinho herança holandesa. Produtos os quais são vendidos tanto no varejo quanto no fornecimento para outras empresas (Business to Business).
O intercooperativismo da região também tem outro grande projeto: a Maltaria Campos Gerais, com aporte de R$ 1,6 bilhão. Instalado em Ponta Grossa, o empreendimento recebeu aportes, além das três da Unium, da Coopagrícola (Ponta Grossa) e da Bom Jesus (Lapa), além da Agrária, de Guarapuava, que comanda o projeto. Como o JM também noticiou nessa semana, essa maltaria, nesse primeiro ano de operações (2024), alcançou um faturamento de quase R$ 900 milhões.
Também há projetos em que a própria cooperativa investe em sua industrialização, como é o caso da Cooperativa Witmarsum, que produzi leites e queijos com sua marca própria, e comercializa no mercado.
Todo esse movimento de produção e beneficiamento é de extrema importância para a economia regional. Agregar valor na sua própria matéria prima traz mais ganhos e fomenta a geração de riquezas. E como a região tem uma grande cadeia de industrialização, o que não é beneficiado pelas próprias cooperativas, em boa parte fica na região mesmo, como a soja e o milho, que são processados por grandes multinacionais instaladas na região, que também geram riquezas para os municípios locais.