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“Março Azul” contra o Câncer de Intestino

Imagem ilustrativa da imagem “Março Azul” contra o Câncer de Intestino

Por Marcos Ricardo Rodrigues 

É provável que todos os leitores tenham algum familiar ou conhecido que já tratou um câncer de intestino (cólon e reto). Isto ocorre porque a doença tem alta incidência na população, sendo o terceiro tipo mais comum tanto em homens como em mulheres. Apesar de sua importância, o conhecimento popular sobre como prevenir e tratar a doença ainda é bastante deficiente. Neste mês, promovemos a campanha do “Março Azul”, acontecendo simultaneamente em todo o Brasil, tem como objetivo  difundir conhecimento sobre a doença. 

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que mais de 45.000 pessoas são diagnosticadas com a doença todos os anos. Silencioso, o câncer colorretal demora para dar sinais e pode se manifestar de diferentes formas como: presença de sangue nas fezes, mudança no padrão de funcionamento do intestino, dores abdominais, sensação de evacuação incompleta, além de sintomas pouco específicos como emagrecimento sem motivo aparente, fadiga e anemia crônica. Pessoas com histórico familiar de câncer colorretal devem ter especial atenção. O diagnóstico precoce, ou seja, nas fases iniciais da doença é fundamental, quando taxas de cura de 90% podem ser alcançadas. Com este objetivo, alguns exames podem sugerir ou identificar a doença mesmo antes dela começar a se manifestar.  

A pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) é um exame simples que identifica pequenas quantidades de sangue, mesmo invisíveis aos olhos. Quando positivo, pode alertar para a necessidade de exames mais precisos para a detecção da doença. Sua principal desvantagem é que mesmo doenças benignas como hemorroidas ou fissuras anais, podem resultar em um exame positivo. A colonoscopia, exame endoscópico dos cólons e reto, sem dúvida alguma tem grande potencial no diagnóstico da doença. Apesar de mais complexo, necessitando de sedação e um preparo intestinal prévio, consegue de forma precisa diagnosticar o câncer, podendo inclusive identificar e tratar lesões precursoras do câncer, como os pólipos (adenomas). Quando removidos durante o exame, ainda nesta fase (benigna), o desenvolvimento do câncer colorretal é interrompido. Em geral, as sociedades médicas dedicadas a prevenção do câncer, recomendam que o exame seja realizado em homens e mulheres a partir dos 45 anos de idade, mesmo que não tenha nenhum sintoma de alarme. Se normal, deverá ser repetido após 5 a 10 anos, dependendo de cada paciente e suas características. 

Importante ressaltar que o estilo de vida pode impactar no desenvolvimento da doença.  Assumir um estilo de vida mais saudável, combatendo o sedentarismo e obesidade, aumentando a ingesta de fibras na dieta, evitando alimentos processados, consumo excessivo de álcool, carnes vermelhas e gorduras, podem inibir ou combater processos celulares que levam ao desenvolvimento do câncer intestinal.  

Campanhas de conscientização como o “Março Azul” são fundamentais para alertar a população sobre a necessidade de aderir a estilos de vida mais saudáveis e assim como em outros cânceres (Ex: mama, próstata, colo de útero), aderir aos métodos prevenção e diagnóstico precoce da doença, conforme recomendados pela comunidade médica. Apesar de grave, o câncer de intestino tem cura. 

O autor é Cirurgião especialista em Coloproctologia, Professor de Cirurgia Digestiva no Curso de Medicina da UEPG , Doutor pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pós-Doutor pela Yale University nos Estados Unidos 

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