Editorial
Era do exibicionismo
Da Redação | 23 de novembro de 2014 - 03:00
No dicionário a palavra exibicionismo tem como significado “hábito de ostentar ou de se exibir; em que há ou demonstra ostentação e exibição”.
Mas o que leva cada vez mais pessoas a abrir mão de sua privacidade e divulgar detalhes da sua intimidade nas redes sociais, numa exposição sem limites e repleta de riscos?
Nesta semana mais uma caso de vídeo publicado em uma rede social que até então se achava “particular” (?) ganhou repercussão em Ponta Grossa. Dessa vez a vítima foi o advogado Leandro Ferreira do Amaral. Na publicação, o bacharel declarava que o crime não compensava, mas “advogar para o crime” sim. Ao caso do advogado podemos somar tantos outros que aconteceram na região: a professora de Carambeí que teve sua intimidade com um aluno também exposta em vídeo; o casal de adolescentes flagrados em ato obsceno em um prédio público de Ponta Grossa; e por aí vai. Pois é, talvez estejamos mesmo na tal “Era do Exibicionismo”.
Quem nunca postou no Instagram, a rede social de imagens, uma foto na praia para provocar amigos ou conhecidos que estavam trabalhando? Quem nunca atualizou sua localização no Facebook para mostrar o endereço do restaurante badalado? Um exame de consciência, que nem precisa ser bem detalhado, mostrará que em algum momento da vida já fomos vítimas desse exibicionismo digital.
São inúmeras as ferramentas para registrar imagens e lugares, produzir vídeos e publicá-los na internet, passatempo hoje de milhões de usuários das redes sociais. Uma pesquisa realizada pela Nielsen detectou que os brasileiros são os que mais usam mídias sociais no mundo, superando países mais populosos como Estados Unidos, Índia e China. Por trás desse impulso há uma necessidade muito humana: buscamos ser aceitos. Porém, a versão editada de nossos “melhores momentos” pode ter o efeito contrário e bem desastroso.