Editorial
O transporte público deve ser discutido com transparência
Da Redação | 04 de novembro de 2022 - 00:30
O transporte público, tão importante para o cidadão e vital
para o desenvolvimento socioeconômico do Município, direciona as atenções da
sociedade para o fim de um longo contrato de concessão com mais de 20 anos. No próximo
ano, uma nova legislação regulamentará o sistema. Que ele seja justo,
eficiente, seguro e voltado aos interesses de quem o utiliza diariamente.
Ontem (3), à noite, a Câmara de Vereadores promoveu a
primeira audiência pública para debater o projeto de lei que dispõe sobre as diretrizes gerais da prestação do
serviço público de transporte coletivo. É importante
que este tipo de evento não seja restrita à Casa de Lei. Associações de
Moradores, Igrejas e sindicatos devem abrir as suas portas para oportunizar que
mais pessoas conheçam as propostas do Executivo.
Os vereadores também terão participação importante neste
processo. Precisam ter o entendimento que a aprovação do projeto de lei é etapa necessária do processo para o
lançamento do edital de licitação, previsto para o início do próximo ano. A
agilidade para a análise do projeto é imprescindível. As emendas para melhorá-lo
sempre na perspectiva da população são necessárias.
É importante reforçar que a nova lei prevê mudança na
forma de reajuste da tarifa. Ao contrário da norma vigente, não será utilizando mais o Índice de Passageiro Quilometro (IPK) como
indicador do preço da passagem, e sim
o pagamento pelo serviço prestado, trazendo mais segurança para a contrato e
transparência dos custos do serviço. Assim, a tarifa será baseada apenas no serviço prestado pela concessionária, dando ao Executivo Municipal maior
gerência sobre as linhas, frequências e a forma de remuneração.
A implementação de
novas tecnologias poderá ser realizada a qualquer momento, à medida que atinjam um grau satisfatório
de maturidade operacional, como também a utilização de combustíveis
alternativos, a energia elétrica ou hidrogênio. Outra novidade é subcontratação
de serviços, desde que com a anuência do Município, garantindo a possibilidade
de contratações especiais, como a operação do transporte rural com
diferentes veículos e motoristas residentes nos distritos.
O futuro deve pertencer ao transporte público de qualidade e
acessível a todos. Para que isso aconteça, além de uma nova lei, será
necessária a aceleração na realização de obras que privilegiem o uso do
transporte coletivo como meio de deslocamento e que o uso de carros
particulares seja secundarizado. É necessário o aperfeiçoamento da
infraestrutura e da priorização das vias de ônibus para o transporte público
ganhar mais velocidade, e consequentemente a preferência da população.