Escalada da violência requer ações pontuais

A escalada da violência em Ponta Grossa tomou proporções assustadoras. A cidade coloca uma cruz em cada bairro por conta da série de assassinatos registrados neste ano. A população está inquieta e pede mais segurança. Os organismos policiais reforçam as ações e assim mesmo não conseguem evitar os crimes graves. É fato que a estrutura policial é longe da ideal.

O homicídio registrado à luz do dia, nessa terça-feira (19), no Parque Ambiental, é um forte indicativo da audácia e do destemor dos bandidos. O assassinato aconteceu e menos de 50 metros de uma base da Polícia Militar e num local sabidamente monitorado por câmeras de vigilância. Esses dois fatores não impediram o ímpeto dos marginais. 

Nesse mesmo dia, no começo da noite, outro crime grave ampliou o medo urbano. O diretor de uma rede de clínica de odontologia foi surpreendido na frente de casa e ferido com seis tiros – quatro na cabeça e dois no peito. Ele chegou a ser levado com vida para um dos hospitais da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.

Esses dois casos não estão relacionados, mas possuem como similaridade a dinâmica empregada pelos autores: brutalidade, uso desmoderado dos meios e sem direito de defesa à vítima. É fato que a maioria das vítimas de homicídios tem indicativo criminal e faz parte de facções. Mas, é pela proteção da vida de inocentes que todas as ações devem ser direcionadas.

Desde o início do ano até a tarde dessa quarta-feira (2), a Polícia Militar e a Polícia Civil registram 30 homicídios – um número considerado absurdamente alto. As linhas de investigações mostram que o aumento das mortes tem relação direta com o tráfico de drogas. Disputas por territórios potencializam os assassinatos.

Entre tantas estratégias de combate à violência urbana, a repressão tem mostrado resultados positivos, mas investimentos em ações sociais são importantes. Em outra ponta, o apoio da comunidade à atividade policial e a participação da população em mecanismos de denúncias, colaborando com as investigações, são imprescindíveis