Editorial
O importante é um contrato bem feito
Da Redação | 03 de dezembro de 2021 - 01:49
É nítida a preocupação da Comissão Parlamentar de Inquérito com
a concessionária Viação Campos Gerais, apontando, em seu relatório final, que a
empresa não pode participar da próxima concessão do transporte. O atual contrato
vence em 2023.
Para o cidadão, que necessita do transporte público, o mais importante é que o próximo contrato tenha uma infinidade de benefícios para quem efetivamente depende do sistema. Preço justo, veículos modernos, terminais estruturados e aconchegantes, sem atrasos ou superlotação.
É preciso montar um novo contrato observando as particularidades de Ponta Grossa, e não a necessidade das empresas que vão concorrer. O transporte público é um gênero de primeira necessidade para a toda a população, independentemente da classe social.
Os vereadores integrantes da CPI do Transporte entregaram o relatório final nesta quinta-feira (2), ao Ministério Público, ressaltando que foram examinadas aproximadamente 15 mil páginas de documentos e ouvidas nove pessoas dentre funcionários da concessionária VCG, servidores da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) e membros do Conselho Municipal de Transportes (CMT).
O relatório indica, por exemplo, evidências de que a margem de lucro da concessionária vem sendo aplicada em percentuais superiores ao contratado, majorando seus ganhos. Aponta também, que a empresa VCG se mostrou extremamente rentável até o ano de 2014, mas que nos anos seguintes começou a apresentar prejuízos, os quais, no entendimento da ‘CPI’, não decorrentes do contrato de concessão (que jamais teria sido deficitário), mas sim de uma má e temerária gestão empresarial, que passou em dado momento a ter como foco principal a distribuição de lucros aos seus acionistas sem comprometimento com as obrigações legais e contratuais assumidas com o Poder Público.
A publicação deste relatório acontece num momento de crise do sistema. A tarifa foi recentemente reajustada e os funcionários da VCG ameaçam nova paralisação, justamente no momento em que o comércio, por conta das festas de fim de ano, vislumbrava o início de uma recuperação nas vendas.