Editorial
Basta no agravamento da Covid na região
Fernando Rogala | 23 de fevereiro de 2021 - 00:38
Desde
quinta-feira (18), o Hospital Universitário da Universidade Estadual de Ponta
Grossa, referência no atendimento para o Coronavírus na região, está com todos
os 46 leitos de UTI para a covid-19 ocupados. Isso mostra que a região passa
pelo pior momento da pandemia. O aumento para 46 leitos, em janeiro, foi
possível com a nova ala construída em anexo ao HU, inicialmente estruturada
para ser uma maternidade, mas que passou a abrigar a UTI geral.
Porém,
mesmo com esse aumento no número de leitos no início do ano, o limite foi
atingido e segue sem baixar: se uma vaga é liberada, por morte ou melhora,
outro paciente já é alocado. O boletim municipal também mostra que há 90
ponta-grossenses hospitalizados com a covid, sendo 45 ocupando leitos de UTI.
Como o HU é hospital de referencia regional, já há pacientes de outros
municípios da região, como de Telêmaco Borba e Irati, sendo transferidos para
Ponta Grossa, diante da superlotação nesses municípios. A média de pessoas
contaminadas em Ponta Grossa está próxima de 150 por dia neste mês de
fevereiro.
A
situação, contudo, não é uma exclusividade de Ponta Grossa ou região dos Campos
Gerais. Outras regionais, como a macrorregional Oeste do Estado, também estão
no limite da ocupação, com menos de 10 leitos disponíveis em uma região com
inúmeros municípios, que abrange Foz do Iguaçu e Cascavel, por exemplo. Por
esse motivo, a regional é uma das prioridades do Governo do Estado neste
momento, para onde houve a confirmação de mais 10 leitos. Nesta segunda-feira,
o governador confirmou que mais 40 leitos são disponibilizados no Paraná.
Porém
de nada adianta a ampliação de leitos se não houver o cuidado da população. Os
números só estão onde estão pelo descaso. Não é raro ver pessoas sem máscaras,
pessoas se aglomerando em parques e em estabelecimentos comerciais. Jovens
saudáveis podem não sofrer tanto com as consequências da covid como pessoas com
mais idade ou com comorbidades, mas eles acabam sendo vetores da doença para
quem é mais vulnerável, para quem está se cuidando.
Neste
momento que o limite da estrutura é atingido, está mais do que na hora da
conscientização da população para reduzir a contaminação – especialmente agora
que o número de vacinados começa a crescer.