Fila do laudo é grande

O Estado do Paraná poderia deflagrar uma força-tarefa para colocar em dia os laudos periciais. Há uma quantidade exorbitante, estimada em mais de 48 mil requisições, em todo o Estado. Na região de Ponta Grossa são 1,4 mil procedimentos represados. Sem laudo, o inquérito policial para, o Ministério Público não oferece a denúncia e o processo não chega à Justiça para julgamento. Para o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar), a situação é muito grave.

Essa fila reflete diretamente na sociedade, que terá que esperar mais tempo para conclusão de um processo criminal, por exemplo. O presidente do Sinpoapar lembrou também que perícias paradas podem deixar inquéritos policiais sem solução.

Na segunda-feira (22), o Governo do Estado anunciou a contratação de 96 novos peritos para reforçar o quadro da Polícia Científica. O número é expressivo, mas não resolve o problema. O Sinpoapar argumenta que o efetivo ainda é baixo se comparado com a Polícia Militar e a Polícia Civil. Com as nomeações, o Paraná passa a ter 379 peritos. 

O governo ressalta que esses profissionais são médicos-legistas, peritos criminais, toxicologistas, odontologistas e químicos-legais, que passaram no concurso público feito em 2017 e iniciam agora um curso de formação específica. Eles serão designados para atuar nos Institutos Médico Legais (IML) e nos institutos de criminalística em todo o Estado. A posse dos profissionais atende ao compromisso de profissionalizar e trazer mais modernidade às forças de segurança do Estado.

O anúncio dessas novas contratações pode servir de alento para a Polícia Científica de Ponta Grossa, que há anos trabalha com quadro reduzido de profissionais. Em contrapartida, o volume de procedimentos aumenta. É uma oportunidade de as lideranças políticas reivindicarem mais profissionais para trabalhar no IML e no Instituto de Criminalística.