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‘Obra de esperança: o cuidado para com os doentes’

Imagem ilustrativa da imagem ‘Obra de esperança: o cuidado para com os doentes’

Por Marcela Martins da Cunha 

Ao longo de sua história, a Igreja sempre dedicou um cuidado especial aos doentes, reconhecendo neles a presença do Cristo sofredor. É o próprio Cristo que aponta essa necessidade como bem relata o evangelista Mateus: “Estive doente e me visitastes” (Mt 25, 36). Isso significa que toda pessoa enferma carrega em si o próprio Cristo, e ao cuidar dela, o cristão realiza um ato de amor não apenas ao próximo, mas ao próprio Deus. 

Neste ano jubilar somos convidados a ser sinais de esperança também neste cuidado. Papa Francisco, na Bula Spes Non Confundit - A esperança não decepciona -, indica o caminho: “Sinais de esperança hão de ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital. Que os seus sofrimentos encontrem alívio na proximidade de pessoas que os visitem e no carinho que recebem!” 

E quem é o doente do qual eu devo cuidar? Poderíamos nos perguntar! Todo aquele que necessita de cuidado porque foi atingido pela dor, que carrega um sofrimento está, de alguma forma, doente. Toda dor é total, alcança o físico, mas também a memória, os afetos, a fé e os vínculos que nos sustentam. E é por isso que todo cuidado também precisa ser total. 

O doente é alguém que se encontra frágil e que, quando percebe-se cuidado, enche-se de esperança, recebe um ânimo de vida. Isso porque o corpo que perdeu a agilidade continua abrigando a mesma história, os mesmos afetos, o mesmo desejo de ser tratado com respeito e dignidade. A fragilidade não apaga quem somos, pelo contrário, pede um cuidado mais atento, um olhar demorado, um ouvido e um coração capazes de escutar o que, por vezes, as palavras não dizem. 

Cada ser que sofre carrega em si o direito ao cuidado, à escuta, à dignidade da vida. E quando é que o doente se sente cuidado? Quando alguém o escuta e acolhe, com silêncio genuíno suas perguntas sem resposta. Pois, quando a doença chega, vem acompanhada da clareza da brevidade da vida. Fugimos, muitas vezes, desses momentos não porque não queremos cuidar. Mas, nos escondemos porque não sabemos o que fazer, quando na verdade o que o doente espera é somente a nossa presença. Continuar presente é o gesto que dá sentido ao cuidado e devolve humanidade aos dias frágeis. 

Em algum momento da vida, todos somos chamados a cuidar de alguém doente. Porém, nem todo aquele que tem um doente por perto faz a experiência do cuidado. Cuidar é aliviar em todas as dimensões: física, emocional, familiar, social e espiritual. É oferecer presença quando a palavra falha. É legitimar a fragilidade; não abandonar, não reduzir, não fragmentar o sofrimento. 

No entanto, na vida daqueles que Deus vocacionou a cuidar dos doentes, os quais chamamos de profissionais da saúde, isso acontece diariamente e enche a vida de sentido. Eles fazem tudo isso com a dignidade silenciosa de quem aprendeu cedo que não podia falhar. Fazemos aqui, das palavras do saudoso Papa Francisco, também as nossas: “Que a gratidão chegue a todos os profissionais de saúde que, em condições tantas vezes difíceis, desempenham a sua missão com solícito cuidado pelas pessoas doentes e mais frágeis.” 

Contudo, aprendamos também a cuidar. Só aquele que foi cuidado um dia sabe cuidar e despertar naqueles que estão doentes a verdadeira esperança, que não está pautada em dias sem dor ou na cura, mas, na presença Daquele que os espera! 

Sejamos nós também cooperadores desta obra de esperança! Tenhamos um olhar atento àqueles que sofrem ao nosso lado.

* Marcela Martins da Cunha é missionária da Canção Nova e gerente do Centro Médico Pe. Pio, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).

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