Debates
O valor de quem serve ao público
Da Redação | 29 de outubro de 2025 - 01:04
Por Sandro Grando
O Brasil conta hoje com mais de 11 milhões de servidores
públicos, responsáveis por fazer o Estado funcionar e garantir a execução de
políticas que chegam diariamente à população. Eles representam cerca de 12% da
força de trabalho nacional e, em sua maioria (quase 60%), atuam em nível
municipal, onde o contato com o cidadão é mais direto. Aproximadamente quatro
em cada dez servidores trabalham em áreas essenciais, como saúde, educação e
segurança pública.
Esses números revelam o tamanho e a importância do serviço
público, mas também ajudam a dimensionar seus desafios. O sentimento de
valorização está profundamente ligado ao reconhecimento institucional e à
confiança na estabilidade das regras que regem suas carreiras e aposentadorias.
Nesse contexto, planejamento e segurança financeira se apresentam como meios
para fortalecer a estabilidade das carreiras e o propósito de longo prazo.
Desde a aprovação da Reforma da Previdência, pela Emenda
Constitucional nº 103 de 2019, o sistema previdenciário brasileiro passou por
mudanças profundas, especialmente para o funcionalismo público. Estados e
municípios que possuem Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) passaram a
ter a obrigação de oferecer um Regime de Previdência Complementar (RPC) aos
servidores que recebem acima do teto do INSS, atualmente fixado em R$ 8.157,41.
Diante desse cenário, a previdência complementar surge como
uma ferramenta relevante. Mais do que um mecanismo financeiro, ela representa a
possibilidade de planejar o futuro com autonomia, especialmente diante das
mudanças estruturais nos regimes previdenciários e das transformações
demográficas em curso no país, como o crescente aumento da expectativa de vida
e a longevidade ativa. A segurança previdenciária e o bem-estar não são apenas
uma questão individual, mas uma forma de preservar o capital humano que
sustenta o Estado e parte do compromisso de longo prazo com o desenvolvimento
nacional.
O Dia do Servidor Público, celebrado em 28 de outubro,
convida à reflexão sobre o papel desses profissionais e sobre como podemos
fortalecer, na condição de Entidade de previdência complementar, as condições
para o exercício de um serviço público eficiente, ético e preparado para os
desafios do futuro. É reconhecer a importância de quem, com dedicação e
resiliência, mantém as engrenagens do serviço público brasileiro em
funcionamento.
Ao final, o que se desenha é uma nova etapa de
amadurecimento para a previdência pública e complementar, são tempos onde
garantir aos servidores a possibilidade de planejar o futuro, com
previsibilidade e autonomia, é também valorizar o serviço público e reforçar a
confiança nas instituições que sustentam o Estado brasileiro.
O futuro da previdência é, em muitos aspectos, o próprio futuro do serviço público.
Sandro Grando, diretor-presidente da BB Previdência, empresa
de previdência complementar fechada do conglomerado Banco do Brasil