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O Brasil financia as guerras na Ucrânia e Israel

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Por Mário Sérgio de Melo

O Brasil – e muitos outros países não soberanos – financia as guerras na Ucrânia, Israel, Síria e tantas mais pelo mundo. Cogita-se que a próxima seja na Ásia, entre China e Taiwan. Os grandes promotores das guerras – as armadas, mas também as híbridas, midiáticas, econômicas, legais, cognitivas, tecnológicas, culturais... – são os EUA. Em 2021, os gastos militares do Tio Sam superaram 38% do total do planeta. Em 2023 eles somaram US$916 bilhões, equivalente a 42% do PIB brasileiro naquele ano. E esse valor não leva em conta gastos que financiam as guerras que não são as militares.

E quem paga essa enorme conta? Os estadunidenses? Ou os países que ainda não são soberanos, e são vítimas de uma sangria constante, uma transfusão involuntária para o belicoso Tio Sam? Até mesmo potências, como a França, têm sido sangradas. O livro “A arapuca estadunidense – uma Lava Jato mundial”, de Frédéric Pierucci e Matthieu Aron (Kotter Editorial, 2021) narra como a General Eletric estadunidense engoliu a francesa Alstom através de uma insidiosa lawfare. Os EUA têm leis aplicáveis fora de seu país que distorcem a verdade, a justiça e praticam tortura visando aumentar seu patrimônio e eliminar concorrentes pelo mundo.

Se até os grandes sofrem com a avidez estadunidense, que dirá os mais vulneráveis, tal como o Brasil? Nossos governos democráticos têm sido sempre sabotados pelos golpes urdidos pelo Tio Sam, para manter-nos submissa colônia exportadora de commodities com baixo valor, e importadora de caros industrializados. A operação Lava Jato, que destruiu ou enfraqueceu empresas estratégicas brasileiras – empreiteiras, alimentícias, petrolíferas, aviação –, ao invés de saneá-las da corrupção onipresente nas grandes empresas do mundo, é um exemplo de sangria recente a que fomos submetidos. Um exemplo mais antigo é a privatização de empresas estatais de áreas vitais – como energia, comunicações, saneamento, petróleo – que vem sendo realizada há décadas, em nome de uma suposta ineficiência do Estado. É a voracidade do neoliberalismo, que só faz concentrar para uns poucos poderosos acionistas e seus comparsas a riqueza que deveria ser revertida para a prosperidade do País. As privatizações são parte essencial da transfusão de riquezas para os EUA.

Agora aparecem novos golpes e tramas para saciar a belicosa voracidade do Tio Sam: as tarifas sobre as commodities que exportamos e a aliança de elites reacionárias estadunidenses com seus servis similares no Brasil. Querem mais de nossas riquezas, para financiar as guerras que promovem no mundo ou para benefício próprio.

Boa parte da população brasileira, entorpecida por décadas de eficaz guerra cognitiva, renega o esforço de emancipação do nosso País. Ademais, é deslumbrada com o glamour da falsa pátria da liberdade e da justiça, criado pela ilusão hollywoodiana. A lebre crê que a águia vai acolhê-la e apoiá-la.

Se não acordarmos, continuaremos a ajudar os EUA a financiarem suas guerras de dominação e extermínio mundo afora.

Mário Sérgio de Melo é Geólogo, professor aposentado do Departamento de Geociências da UEPG

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