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Aquisição da casa própria é a grande aposta para aquecer a economia
Da Redação | 26 de janeiro de 2022 - 00:25
Por Susanna Marchionni
Não sou dada a grandes previsões, mas verificando o
comportamento dos últimos anos, inclusive no período de pandemia, é preciso
considerar alguns fatores em um ano onde as eleições prometem movimentar vários
setores. A taxa Selic pode atingir entre 11% e 12% ao ano, pressionando os
juros dos financiamentos imobiliários. A inflação, por sua vez, deve superar a
casa de 10%, pelo menos no primeiro semestre, diminuindo a renda das famílias e
impondo o aumento dos preços dos imóveis, a fim de preservar sua viabilidade
econômica.
Mas apesar do início de ano confuso, o mercado imobiliário
tende a continuar aquecido. O setor foi um dos poucos que registrou crescimento
durante a pandemia e a previsão é de que a expansão se dê a partir do segundo
semestre.
Só não se engane, porque o ano será de desafios. As
incorporadoras estimam que os juros vão estacionar em um patamar mais alto, a
princípio, passando por uma estabilidade ao longo do ano. A tendência é de que
as taxas sejam reduzidas até julho ou agosto e que o desejo de compra dos
consumidores se mantenha.
Com os incentivos fiscais por parte do governo federal, o
setor imobiliário está se recuperando junto à retomada da economia como um
todo. Porém, mesmo com a alta da taxa básica de juros (Selic), a Caixa
Econômica Federal (CEF) promete diminuir os juros para a próxima temporada.
Precisamos acompanhar atentamente!
A CEF emprestou R$ 140,6 bilhões em contratos de
financiamento imobiliário em 2021, alta de 21% sobre 2020. O presidente do
banco, Pedro Guimarães, afirmou se tratar de um recorde histórico. Para 2022, a
previsão é que esse número cresça 10%.
Outra questão que precisamos observar é o crescimento da
vacinação. Com mais pessoas imunizadas a economia deve melhorar mês a mês
durante o ano. O período pós-pandemia promete uma grande explosão digital
em relação à forma como se compra e vende, principalmente em relação aos
imóveis. Essa realidade já acontece na Planet Smart City, que constrói cidades
e condomínios inteligentes, há pelo menos 7 anos. O isolamento social apenas
intensificou o novo jeito de efetivar os acordos financeiros.
As pessoas ficaram mais dispostas a tentar o novo e
desprenderam tempo para entender melhor o processo. Os corretores também
adquiriram novas técnicas para a efetivação de vendas, uma vez que a equipe
recebeu uma grande demanda de clientes interessados em adquirir um lote ou casa.
Todo esse movimento aconteceu, porque as pessoas, agora, preferem ter qualidade
de vida. A casa que, antes, era apenas um local para descansar, ganhou um novo
significado. Prova disso foi o aumento no faturamento referente às vendas
digitais. Na Planet, por exemplo, a venda online de lotes chegou a 96% e 30%
para casas.
Outra coisa que sempre gosto de comentar é o avanço das
publicidades sugerindo o aluguel de casas e apartamentos. Segundo eles, você
pode utilizar o dinheiro que você compraria para investir e, consequentemente,
receber dividendos. Eles só não abordam a imprevisibilidade durante o
merchandising. Mas o que seria isso? Seriam os reajustes do proprietário,
modificações em contrato e eventos que não controlamos, como o surgimento de
uma enfermidade ou a perda do emprego.
Pronto, o que é mais vantajoso comprar ou alugar? Acredito
que seja investir no que é seu onde o risco de reajustes e novas condições não
existam. Isso sem falar nas incontáveis recordações que a família terá.
Susanna é a CEO da Planet Smart City no Brasil e co-fundou a
empresa em 2015, ao lado de Giovanni Savio, CEO Global. Ela tem 27 anos de
experiência no setor imobiliário e é a força motriz da empresa no Brasil,
liderando a disseminação do conceito de cidade inteligente inclusiva no país.
Susanna é responsável pela expansão da empresa no Brasil nos próximos anos.