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Imagem ilustrativa da imagem Riscos ambientais

Por Isonel Sandino Meneguzzo

O ano de 2022, semelhante a todo início de ano, começou com algumas tragédias que vem atingindo diferentes locais do país. Os desastres naturais, especificamente, no cenário nacional, possuem uma tendência de ocorrer nesta época do ano, devido fundamentalmente à ocorrência de chuvas torrenciais. Evidente que outros fatores contribuem para isto. Porém, a água é elemento fundamental na origem destes processos (inundações, deslizamentos, quedas de bloco, por exemplo).

Cabe destacar que diversos processos que afligem a humanidade como um todo, são naturais e suas ocorrências são comuns em nosso planeta. Portanto, estamos sujeitos a nos deparar com um rio que inunda suas planícies, com um deslizamento de terra ou uma queda de bloco rochoso em um talude de uma estrada. Em outras palavras: estamos sim, suscetíveis a riscos, dos mais variados. Apesar da probabilidade ser quase zero, até um meteorito pode atingir nossas cabeças, carros ou casas.

Porém, para muitos destes processos naturais existem alternativas técnicas que podem minimizar riscos nas mais diferentes atividades que os seres humanos realizam em nosso planeta. Vale lembrar o contexto sanitário e ambiental atual: o uso de máscaras e o distanciamento físico, reduzem as chances de uma pessoa ser contaminada por algum vírus que cause doenças respiratórias.

O caso ocorrido no último dia 08 de janeiro em Minas Gerais é emblemático. Primeiro porque existem estudos de caráter técnico-científico que poderiam subsidiar, tanto o segmento empresarial do setor turístico, como os órgãos ambientais e de segurança, no que se refere à correta utilização da natureza pelo ser humano.

Estudos detalhados, com a participação de profissionais da área de Geociências, indicarão quais foram os fatores responsáveis pelo que ocorreu em Capitólio. Pelas imagens até então visualizadas é possível inferir que haviam indícios de que o maciço rochoso era instável e seu desprendimento poderia ocorrer. Ainda no campo das hipóteses, o que se verificou no local foi um processo natural, em que as rochas fraturadas (quebradas), estão naturalmente suscetíveis a ação das águas (das chuvas e de rios). A água, por sua vez, é responsável pela chamada ‘decomposição’ das rochas, processo natural que atua ao longo de milhares de anos causando sua alteração física e química, tecnicamente denominado de intemperismo.

Cabe aqui realizarmos um paralelo em relação às rochas que ocorrem na região dos Campos Gerais. Rica em rochas areníticas, a região abriga diversos locais de interesse turístico, com presença de cachoeiras, cavernas, canyons, fendas, furnas e sumidouros. Torna-se evidente, portanto, que também aqui estamos sujeitos a sofrer diversos tipos de acidentes nestes ambientes.

Assim como em Minas Gerais, temos também aqui inúmeros paredões rochosos, esculpidos em rochas sedimentares que naturalmente sofrem com a ação das intempéries, tornando-as mais frágeis, e, consequentemente suscetíveis a desencadear algum tipo de processo natural, tal como o desabamento de um teto de caverna ou uma queda de blocos rochosos, por exemplo.

Os diferentes locais dos Campos Gerais, com suas belezas naturais excepcionais merecem a atenção e cuidado de seus visitantes. Cabe aos proprietários destes pontos turísticos juntamente com o poder público ficarem atentos e realizarem medidas efetivas, pautadas em critérios técnico-científicos, objetivando que as visitas sejam seguras, com o menor risco possível.

Isonel Sandino Meneguzzo (Professor do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa - [email protected])

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