Debates
As mudanças nas relações de trabalho após mais de um ano de pandemia
Da Redação | 03 de julho de 2021 - 00:07
Por Fernanda Pelegi Vassoller
O ano de 2020 foi desafiador para empresas de diversas
áreas, principalmente para o setor de recursos humanos. A pandemia impôs às
companhias novas práticas de trabalho, novas normas a serem seguidas e novas
adaptações para garantir a eficiência das atividades em meio a um ano tão
turbulento. Nesse cenário, coube ao gestor de RH em conjunto com outras
divisões das empresas, prestar a assistência necessária para garantir que todas
essas mudanças fossem implementadas de forma eficiente.
Durante o período de isolamento social, o qual ainda estamos
vivenciando, o teletrabalho foi implementado como estratégia de contenção da
COVID-19 por cerca de 46% das empresas, segundo dados coletados em abril de
2020 de 139 pequenas, médias e grandes empresas que atuam em todo o Brasil pela
Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise da COVID-19, elaborada pela Fundação
Instituto de Administração (FIA).
A pesquisa trabalhou com empresas com predominância dos
setores da Indústria (27%) e Comércio e Serviços ( 42%) e concluiu ainda que
60% das companhias pesquisadas estruturam ações de capacitação para seus
funcionários trabalharem melhor em casa. Além disso, 67% das empresas
entrevistadas estão monitorando a saúde física e psicológica de todos os
colaboradores de forma remota.
Todo esse cuidado com os colaboradores e a preocupação com o
bem estar de cada um está atrelada a cultura organizacional estabelecida em
cada instituição. O bom desempenho dessa cultura de forma institucional e
abrangente foi essencial para a construção do novo normal trazido pela
pandemia. As formas de trabalho já vinham se reinventando ao longo do tempo e a
pandemia foi capaz de acelerar esse processo.
Hoje vemos empresas preocupadas em oferecer relações mais
humanas, com investimentos em seus colaboradores e, consequentemente, na
melhora do clima do ambiente de trabalho e da performance de diferentes áreas.
A cultura organizacional e transformacional presente na Vertem, por exemplo,
representa um conjunto de valores éticos e morais sólidos, pautados em comportamentos
e iniciativas compartilhadas por cada membro e que resultam em um ambiente
autônomo, em sua maioria, aos níveis hierárquicos e mesas de trabalho.
As empresas de hoje, precisam buscar práticas e serviços
institucionais que promovam o bem-estar de seus colaboradores, proporcionando
um ambiente de trabalho rico e bem estruturado, esse foi o diferencial que
muitas empresas alcançaram para manter seus níveis de desempenho altos durante
o período de isolamento social. As relações de trabalho mudaram, o trabalho
passou a fazer parte da rotina pessoal de cada indivíduo, e compreender essa
nova realidade é de extrema importância para garantir o sucesso de muitas
organizações.
Atualmente, não é possível separar totalmente a vida pessoal
da profissional, uma vez que o trabalho agora está dentro dos lares.
Portanto, cabe às empresas (e, principalmente, ao setor de RH) reconhecer
essa nova realidade e estabelecer limites organizacionais que priorizem manter
um clima de trabalho saudável.
Atuar com ações de endomarketing e investir em ferramentas
de bem estar ajudam a promover a qualidade de vida por meio de práticas
de atividades esportivas, como yoga e reiki, por exemplo. Além disso, é
importante estabelecer um tempo dentro da rotina do colaborador, para que ele
aprenda como gerenciar melhor seus horários livres e seus desafios pessoais.
Outra opção interessante é implementar ferramentas de marketing de incentivo,
como as que permitem que o funcionário acumule pontos e resgate prêmio em
plataformas da empresa.
Atrelado a isso, as experiências e indicadores obtidos na
Vertem apontam que ao menos 10% do tempo da jornada do colaborador é dedicado a
alguma atividade de bem estar e qualidade de vida. Ademais, durante este
período, o formato de teletrabalho vem sendo um pré-requisito de escolha para
muitos candidatos, uma vez que a qualidade de vida das pessoas, de uma maneira
geral, tem sido afetada positivamente com o novo modelo.
Pesquisas de clima da companhia mostram que as pessoas, em
sua maioria, preferem a modalidade de trabalho remoto e que o home office tem
proporcionado uma melhor relação entre vida pessoal e profissional. Portanto, é
fundamental que essa responsabilidade social faça parte da cultura
organizacional de cada instituição a fim de garantir que seus esforços internos
reflitam junto à equipe a importância de se trabalhar sempre com foco na
diversidade e na responsabilidade social dentro e fora da companhia.
*Fernanda Pelegi Vassoller, Gerente De Recursos Humanos.