PUBLICIDADE

No Brasil, para ser ministro da saúde não precisa ser da saúde: de FHC a Bolsonaro

Imagem ilustrativa da imagem No Brasil, para ser ministro da saúde não precisa ser da saúde: de FHC a Bolsonaro

Por Matheus Worschech

Ser um profissional da área da saúde nunca foi, e nunca será, um dos requisitos para ser Ministro da Saúde no Brasil – talvez, por isso, muitas das políticas públicas não foram integralizadas, assim como o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) não foi totalmente efetivado.

Em nossa rala e frágil democracia, dos vinte e três presidentes (eleitos de forma democrática ou não), tivemos quase o dobro do número dos presidentes como ministros no Ministério da Saúde: cinquenta ao total, sendo dois interinos.

O atual Chefe de Estado, o presidente sem partido, Jair Bolsonaro, em menos de dois anos trocou três vezes de ministros da saúde. Se continuar assim, ao que tudo indica, terá trocado mais de ministros que seus antecessores, cuja média é de quatro ministros por oito anos de mandato.

Bolsonaro, que é visto como radical por uns e reformista por outros, assim como Lula é um presidente popular. Fala a língua do (seu) povo.

Vivemos a maior crise da história – três em uma: sanitária, econômica e política. Crise sem precedentes em nossa história. É preciso pensar de forma estratégica, sobretudo responsável. Não podemos aceitar um aumento no número de mortes por conta da fome devido ao autoritarismo de prefeitos e governadores, tampouco devemos aceitar a imposição de um medicamento sem a comprovação de sua eficácia. O autoritarismo é real, e desnecessário. Uma briga de egos.

A fome atinge centenas de milhares de pessoas por dia. Mas, é injustificável, inviável e, também, desumano somarmos o aumento dessas mortes por conta das orientações desastrosas dos nossos representes.

Cargos de confiança devem estar alinhados com os interesses do Governo. Um Ministro da Saúde, por mais técnico que seja, precisa ter a consciência que seu cargo é político. Caso contrário, deverá ser substituído, assim como fez o Presidente.

O governo da ex-guerrilheira, Dilma Rousseff (PT), assemelha-se ao do ex-deputado federal, Jair Bolsonaro (sem partido): ambos desastrosos. E, tanto Dilma quanto Bolsonaro tiveram ministros-interinos que não são da área da saúde: Agenor Álvares (2016-2016) e Eduardo Pazuello.

O reformista para uns e golpista para outros, Michel Temer (MDB), em seu governo, contou com a ajuda de um advogado e um engenheiro civil para o Ministério da Saúde.

A correligionária do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma, indicou quatro ministros da saúde em seu governo, sendo apenas três da área da saúde. Os ministros tiveram uma gestão de, aproximadamente, um ano e cinco meses cada.

Lula, o ex-presidente mais popular da história do País e, também, o primeiro a ser preso, empossou quatro ministros, sendo apenas três da área da saúde. Ao menos, ao contrário de sua pupila, ele finalizou seu mandato. A gestão de cada ministro durou, em média, dois anos cada.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) parece ter inspirado seus sucessores e aprendido com os antecessores, pois, também, indicou cinco ministros, dos quais apenas três eram da área da saúde.

É inevitável que tivemos avanços e retrocessos na gestão de saúde no Brasil, mesmo que com ministros para além da área da saúde.

Matheus Worschech é Pós-graduando em Democracia e Pensamento Estratégico Contemporâneo.


PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE DEBATES

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE