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As chuvas e o planejamento urbano

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Por Isonel Sandino Meneguzzo

                Nas últimas semanas a região sudeste do Brasil, em especial Espírito Santo e Minas Gerais, tem sido castigadas com chuvas torrenciais. Os prejuízos econômicos, sociais e ambientais são imensos.

                Infelizmente, passam-se os anos e os problemas alusivos às chuvas intensas, principalmente nesta época do ano, se repetem. As precipitações que atingiram Minas Gerais fogem dos padrões normais para o mês de janeiro. Há quem diga que isso é influência do aquecimento global.

                Independente das causas das chuvas que atingem a região, alguns elementos importantíssimos devem ser aqui indicados, os quais relacionam-se tanto à população de um modo geral como pelo poder público. Vamos à eles: infelizmente, muitas pessoas desconhecem aspectos básicos que envolvem a alocação de casas. Ocupam e constroem residências em locais inadequados, muito próximo de cursos d'água ou ainda em encostas com alta declividade. Por sua vez, o poder público (municípios, estados e união) detém informações preciosas referentes à base física em que as cidades se localizam. Enfatizo aqui as inúmeras monografias, relatórios de iniciação científica, dissertações de mestrado e teses de doutorado que aparentemente, para muitos, só serve para entulhar bibliotecas. A visão não deve ser esta!

                Os técnicos e gestores públicos principalmente dos municípios, tem em suas mãos (todos os documentos acima citados são de domínio público, muitos deles disponíveis na internet) os instrumentos necessários para estabelecer diretrizes de uso e ocupação do solo urbano. Atrelado a isto, temos a legislação ambiental e urbanística que deveria ser rigorosamente aplicada, evitando perdas humanas e prejuízos econômicos.

                Portanto, vários fatores estão envolvidos nos casos em que ocorrem inundações e deslizamentos. Para que isso seja minimizado drasticamente, diversas ações em diferentes frentes devem ser realizadas, tais como a realização de atividades envolvendo educação ambiental, fiscalização e acima de tudo planejamento. A população deve fazer sua parte, não jogando lixo nas encostas, arroios e vias públicas e, principalmente, respeitando as chamadas áreas de preservação permanente.

                Vale ressaltar que as universidades, com cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de geografia e engenharia civil, por exemplo, tem muito a contribuir para o planejamento urbano local e regional.

                Desta forma, é urgente que haja uma interação profunda entre universidades, prefeituras e demais órgãos governamentais para que os conhecimentos produzidos sejam efetivamente aplicados, evitando problemas básicos que poderiam ser evitados.

Isonel Sandino Meneguzzo é Professor do Departamento de Geociências da UEPG - [email protected])

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