Debates
O caminho para o fim da crise
| 18 de fevereiro de 2017 - 02:59
Por Ágide Meneguette
Novamente o agronegócio deve bater recorde com uma safra de
215 milhões de toneladas de grãos colocando no mercado R$ 237,7 bilhões.
Dinheiro que vai para o comércio, para a indústria e vai movimentando a
engrenagem para que a recessão não faça estragos ainda maiores.
Mais uma vez é o agronegócio sustentando a balança
comercial, gerando emprego, garantindo renda e contribuindo para o
desenvolvimento do Brasil. O que significa que o produtor rural tem se
esforçado para produzir cada vez mais e melhor.
Pena que da porteira para fora, o governo federal ainda não
se atentou para isso. O agronegócio é o setor com capacidade rápida de resposta
para a crise econômica. Não deu importância ao fato de que o setor que
movimenta a economia precisa escoar sua safra e distribuir sua produção por ferrovias,
rodovias, portos, aeroportos e hidrovias.
Em seus nove meses, o atual governo não anunciou
investimento em nenhuma obra que mostre uma retomada de um programa nessa área.
A realização de obras necessárias para o país seria também um indutor da
economia.
Por outro lado, apesar de não termos tido a recuperação
econômica desejada, há medidas que são importantes e que foram tomadas pelo
governo Temer.
São reformas estruturais que estão resultando em recuperação
dos cofres públicos que estavam desfalcados, embora não surtam os resultados
imediatos. É claro que temos pressa que a economia reaqueça.
A demora nos leva a dar passos para trás, embora, às vezes,
eles sejam necessários para que possamos seguir o caminho com segurança. Não
podemos negar que o governo federal conseguiu vitórias importantes no Congresso,
que devem favorecer investimentos e criar condições necessárias para que a
economia volte a crescer.
A PEC 55/2016, que limita o gasto público à inflação do ano
anterior por um período de 20 anos, demonstra austeridade para evitar no plano
federal situações de caos como a que estamos vendo em alguns estados, em que
funcionários públicos estão com salários atrasados e não receberam nem o 13.º salário.
O governo, seja federal, estadual ou municipal, terá de
planejar seus gastos para minimizar o endividamento e permitir a retomada de
investimentos.
Quando o Governo corta 3.690 cargos de confiança e economiza
R$ 176 milhões está sinalizando para uma máquina mais enxuta, direcionando o
dinheiro para áreas prioritárias.
A nova Lei de Responsabilidade das Estatais trouxe seriedade
e evita indicações políticas no comando de empresas públicas. A medida proíbe
que pessoas com atuação partidária e cargos públicos ocupem postos de direção
das estatais.
São avanços em questões cruciais para um crescimento seguro
e sustentável. Embora não deem os resultados esperados a curto prazo.
Temos de pensar no futuro. É isso que faz a Medida
Provisória 746/16. Ente outras mudanças, ela deixa as crianças mais tempo na
sala de aula. Reformar a educação é prioritário para quem quer novas gerações
mais preparadas e com conhecimento.
São medidas que demonstram seriedade com a coisa pública e transmitem
segurança aos investidores. O estrago deixado pelo governo Dilma foi grande. A
má gestão deixou marcas profundas que não são de fácil solução. Não se recoloca
12 milhões de pessoas no mercado de trabalho de um dia para o outro.
Teremos que continuar a exercitar um pouco mais a nossa
paciência. Há sinais de novos tempos, embora o céu ainda permaneça nublado e o
sol oculto como numa tarde de outono.
Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR