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Evento no HU-UEPG enaltece famílias de doadores de órgãos

No período de um ano, de setembro de 2024 a setembro de 2025, foram 55 notificações nos HU-UEPG para doações, com 16 contraindicações e outras 39 aptas

O momento marcante do tributo prestado pelos HU-UEPG é a decoração da Árvore da Vida
O momento marcante do tributo prestado pelos HU-UEPG é a decoração da Árvore da Vida -

Em 2025, 29 famílias disseram sim para a doação de órgãos nos Hospitais Universitários da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG). Na última quarta-feira (24), em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado dia 27 de setembro, aconteceu a tradicional cerimônia da Árvore da Vida, em homenagem a essas famílias de doadores, no saguão do HU. O evento enaltece a coragem das famílias que, mesmo em um momento delicado, tiveram a sensibilidade de poder ajudar o próximo.

O momento marcante do tributo prestado pelos HU-UEPG é a decoração da Árvore da Vida. Cada doador é representado por uma folha, em formato de estrela, com corações que representam cada órgão ou tecido doado. Eles se uniram a centenas de estrelas na árvore do HU, que fica no saguão do Hospital em exposição permanente. A cerimônia é realizada desde 2017, sob a organização da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott).

“Uma data muito marcante”, afirma o vice-reitor da UEPG, professor Ivo Mottin Demiate, que faz questão de sempre participar do evento. Para ele, a cerimônia de agradecimento pela generosidade dessas famílias em poder ajudar pacientes que ficam na fila à espera por uma doação é gratificante. “Fiquei muito emocionado, muito feliz de poder participar e de dar um abraço nos familiares ali presentes. Poder prestar uma palavra amiga, de acolhimento, e com a fala dos demais presentes que se manifestaram sempre em tom de reconhecimento e sempre com a expectativa de que o HU possa ampliar ainda mais a captação de órgãos para transplantes”, finaliza.

De acordo com a diretora-geral dos HU-UEPG, professora Fabiana Postiglioni Mansani, o evento reconhece a grandeza de um gesto que transcende a dor. “Este é um momento de profunda emoção e também de reafirmação do compromisso do Sistema Único de Saúde (SUS) com a vida, a solidariedade e a dignidade de cada cidadão”, destaca. Fabiana disse ainda que na manhã do evento mais uma família tomou a decisão mais difícil e mais repleta de benevolência. “Um pequeno ser de luz de apenas um ano e um mês. Esse ato transforma a despedida em esperança e nos ensina que a vida pode florescer mesmo em meio a dor e eterniza ainda mais nossa árvore da vida”, completa.

A responsabilidade por todo o processo de doação de órgãos é da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott), composta por uma equipe multiprofissional em que fazem parte enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e médicos. “Como equipe, atuamos como elo entre o HU-UEPG, a Central Estadual de Transplantes e a família do doador, assegurando acolhimento e suporte emocional de forma humanizada”, afirma a presidente da Cihdott, Thaiza Rebonato. Segundo ela, a Comissão busca promover educação e sensibilização, interna e externa, para fortalecer a cultura da doação de órgãos. “O consentimento familiar, muitas vezes, é influenciado pelo esclarecimento sobre o assunto, pela confiança na equipe de saúde e pela clareza do processo”, afirma.

“A morte não é nada…”

A mensagem de Santo Agostinho sobre a morte foi lida durante o evento. Acolhedora, ela nos faz refletir sobre a continuidade da vida e a conexão eterna entre as pessoas, mesmo em uma ausência física, mas com uma presença viva e com a identidade preservada. A esposa de Cícero Oliveira Batista e mãe de Luana Maria Batista foi uma das homenageadas durante a cerimônia. Mesmo com toda a tristeza da perda, Cícero conta que ficou feliz com a abordagem das equipes do HU de que a Adriana, sua esposa, poderia ser doadora. “Ela sempre em vida demonstrou interesse em ajudar. Ela falava para mim que o dia que falecesse, que se pudesse doar os órgãos, ela gostaria de doar”, conta. Segundo ele, quando a equipe médica disse que a morte era cerebral e que existia a possibilidade ele prontamente falou: “Pode doar, porque era o desejo da Adriana e ela com certeza ficou feliz com o gesto que fizemos por ela”, garante. “A doação de órgãos é um ato de amor, um ato de solidariedade que pode salvar e pode melhorar a vida de muitas pessoas. Então, é importante e necessário essa conscientização para aumentar o número de doadores, porque uma pessoa pode ajudar a salvar a vida de várias outras”, afirma Luana, com muita propriedade e confiança.

“Eu senti a Adriana aqui e, com certeza, as outras famílias também sentiram os parentes deles. Senti que ela estava junto conosco, sorrindo. Que era como ela queria que fosse. Então, como aquela mensagem de Santo Agostinho lida, muito bonita. Ela apenas passou para o outro lado e nós vamos continuar aqui e viver. Foi muito bonito e gostaria que o Hospital continuasse com esse evento, que é muito importante sim”, destaca Cícero. “Nos sentimos bem acolhidos e sentimos a minha mãe aqui e sei que ela tá muito feliz, tanto com a nossa atitude de ter concordado com a doação”, completa, Luana. E Cícero já disse para a filha: o dia que ele não estiver aqui, que for para o outro lado, se puder ajudar, também será um doador de órgãos.

De 39 potenciais doadores, HU-UEPG conseguiu 26 aceites

O Hospital Universitário Geral e o Hospital Universitário Materno-infantil (Humai) estão aptos para realizar a captação de órgãos. De acordo com a enfermeira responsável pelo Cihdott dos HU, Bruna Lima, o processo é humanizado e realizado através de uma cirurgia, como outra qualquer, inclusive com o uso de anestesia. “O diagnóstico de morte encefálica é criterioso. São realizados exames e testes clínicos, por médicos diferentes, para confirmar o diagnóstico. E o procedimento de captação de órgãos é realizado somente após o consentimento da família”, explica.

E é justamente esse momento decisivo de abordagem das famílias que a capacitação realizada no HU-UEPG é importante, já que ele é quem define se a doação será ou não realizada. “As famílias devem ser informadas e esclarecidas sobre a doação de órgãos/tecidos. Uma comunicação eficaz garante que essas informações sejam transmitidas de maneira coerente, respeitosa e empática, facilitando a tomada de decisões e a possibilidade de doação, desmistificando, também, informações errôneas sobre o processo de doação e promovendo o entendimento real sobre o tema”, garante Bruna.

No período de um ano, de setembro de 2024 a setembro de 2025, foram 55 notificações nos HU-UEPG para doações, com 16 contraindicações e outras 39 aptas. Dessas últimas, as famílias aceitaram o procedimento em 26 oportunidades e 13 recusaram. Foram captados 147 órgãos e tecidos no período, que puderam contribuir com a saúde e vida de diversas pessoas.

Com informações da UEPG

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