Cotidiano
Especialista alerta para risco das altas temperaturas em PG
Doutora em Geografia da UEPG aponta problemas que passam não tem devida a atenção no calor
Dhiego Tchmolo | 07 de outubro de 2020 - 00:03
Doutora em Geografia da UEPG aponta problemas que passam não tem devida a atenção no calor
A professora do Departamento de Geografia da Universidade Estadual
de Ponta Grossa (UEPG), Doutora Karin Linete Hornes, concedeu uma entrevista ao
Portal aRede e Jornal da Manhã onde citou os motivos para as altas temperaturas
no município. Além das características científicas, a especialista também
apontou os principais problemas que o calor pode trazer para a população
ponta-grossense.
A doutora explica que são vários os motivos que fazem Ponta
Grossa registrar esta sequência histórica de temperaturas acima dos 34°C: a
saída do equinócio, estação da Primavera, dirigindo-se para o solstício de
verão e, consequentemente, recebendo mais luminosidade. Ainda, explica Hornes,
as frentes frias que atuam na região dos Campos Gerais não conseguem ter força
suficiente para vencer o bloqueio e amenizar as temperaturas.
Contudo, não apenas os motivos do calor, mas suas
consequências, foram pontuadas pela especialista. “Entre os impactos é possível
destacar, principalmente, a irritabilidade por parte da população. Existem
estudos que comprovam que a criminalidade aumenta nos períodos em que o calor é
mais intenso”, aponta a professora.
As doenças e complicações, comuns a uma época de calor e o ar
seco, como desidratação e problemas de pele, somam-se a outros problemas de
saúde, como a pneumonia e bronquite, conforme exemplifica Hornes. A pressão dos
indivíduos também pode ser afetada, podendo acarretar em sérias comorbidade.
Para fechar, a professora cita outras medidas – e reflexões – necessárias nessa
época.
“É necessário pensar que nem todas as pessoas têm as mesmas condições para enfrentar esse calor excessivo. Nem todos possuem ar condicionado ou uma cobertura adequada em casa para amenizar os efeitos deste aumento na temperatura. Este cenário exige muita atenção por parte do Município. A água é um recurso finito e a utilização adequada dela deve ser colocada em pauta por parte do poder público. Desastres climáticos como este podem provocar várias mortes”, conclui a especialista.