Cotidiano
Sequestrador estava em surto e ameaçou incendiar o ônibus
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, considerou um sucesso a operação que terminou com a morte de Willian
Da Redação | 21 de agosto de 2019 - 00:15
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, considerou um
sucesso a operação que terminou com a morte de Willian
O jovem Willian Augusto da Silva, de 20 anos, estava em
surto psicótico hoje (20) quando sequestrou um ônibus na Ponte
Rio-Niterói, permanecendo por três horas e meia com 37 reféns parados na altura
do vão central, na pista sentido Rio.
O governador do estado, Wilson Witzel, que concedeu coletiva
à imprensa no início da tarde, considerou um sucesso a operação que
terminou com a morte de Willian.
“Tivemos que usar atiradores de elite para neutralizar um
homem que ameaçada dezenas de vidas. Eu estive no local, subi no ônibus e vi
que havia um cheiro forte de gasolina. Ele pendurou no teto do ônibus garrafas
PET cortadas com gasolina e tinha um isqueiro na mão quando foi abatido.
Durante a negociação ele demonstrou uma perturbação mental e disse que queria
parar o estado. Vamos ouvir os reféns e familiares para entender o que levou
ele a praticar este ato."
Segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais da
Polícia Militar (Bope), tenente-coronel Maurílio Nunes, que foi o responsável
pela ação, as negociações por telefone não avançaram e a psicóloga presente no
local identificou em William um perfil psicótico, o que, segundo ele, levou a
polícia a iniciar a “negociação tática” que culminou nos disparos fatais. “No
contato, ele alegou que queria se matar, iria se atirar da ponte, estava
difícil manter a negociação, ele saiu do ônibus e apontou a arma para uma
vítima. Sempre tomamos por princípio que a arma era real. O ônibus estava engatilhado,
com garrafas PET com gasolina penduradas e ele tinha um isqueiro, então a
ameaça era real. A negociação passou para tática, comandada por mim."
Por motivo de sigilo no inquérito, Nunes não revelou quantos
atiradores participaram da ação nem quantos tiros foram disparados. “Foram
disparados os tiros necessários para ele parar. Ele também tinha uma faca e uma
arma de choque”, informou o tenente-coronel.
O sequestrador foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no
centro do Rio, mas não há informações se ele chegou com vida ou já morto à
unidade de saúde. A Polícia Civil assumiu a ocorrência e a Delegacia de
Homicídios da capital será a responsável por conduzir o inquérito, que está em
sigilo.
Na coletiva, o governador Witzel voltou a defender que
pessoas portando fuzis possam ser abatidas por atiradores de elite e informou
que vai provocar o Supremo Tribunal Federal para que seja dado um entendimento
jurídico nesse sentido.
“Eu quero extrair o entendimento de que quem porta fuzil é
ameaça iminente, não podemos esperar ele atirar primeiro. A sociedade precisa
tomar essa decisão, vamos provocar o STF para ter esse entendimento
jurisdicional. Se esse de hoje pode ser abatido, porque não quem está
com um fuzil?", questionou o governador.
William não tinha antecedentes criminais e parentes
relataram que ele estava em surto psicótico há três dias. A arma encontrada com
ele era um simulacro, ou seja, de brinquedo.