Brasileira vive drama para ter a guarda definitiva dos filhos 

Rosângela é natural de Castro, mora na Bulgária e está impedida de ver os filhos há quatro anos

A história de Rosângela de Fátima Sviercoski está comovendo a região dos Campos Gerais. Natural de Castro-PR, ela casou em 2008 com um homem búlgaro e teve dois filhos. Em 2011, o casal se divorciou e a guarda provisória das crianças ficou com Rosângela.

Após quatro anos de disputa judicial ela teve a guarda definitiva autorizada pela Justiça da Bulgária, insatisfeito com a decisão, o ex-marido buscou os dois filhos na escola em 2015 e mudou-se para outra cidade, evitando que a mãe tivesse contato com as crianças.

Em 2017, o ex-marido conseguiu a guarda provisória das crianças, neste período Rosângela retomou o contato com os filhos por meio de visita monitoradas com assistente social e chamadas em vídeo. Após alguns meses, a justiça retomou a guarda das crianças para a castrense, no entanto, o ex-marido voltou a fugir com os filhos para não cumprir a decisão.

Ex-marido cometeu alienação parental

Com todas as tentativas de guarda dos filhos negada, o ex-marido de Rosângela começou a praticar a alienação parental, expressão utilizada quando ocorre a separação do casal e os filhos ficam com um dos genitores e ele faz propaganda para denegrir a imagem do outro genitor.

Para Tânia Sviercoski, delegada em Ponta Grossa e irmã da Rosângela, a justiça do país europeu é muito falha em deixar que essas atitudes do ex-marido sejam realizadas. “Lá (na Bulgária) as crianças não tem uma proteção do estado em relação a isso e ficam sujeitos a violência psicológica. O que percebemos é que a Justiça não toma nenhuma decisão”, comenta Tânia.

No Brasil, a alienação parental é crime e o responsável pelas atitudes está sujeito a penalidade. “O ato é considerado uma violência psicológica, assim a vítima pode recorrer a Lei Maria da Penha e a justiça determinar punições para o genitor que comete o crime”, informa Tânia.

Em situações de reincidência de violência psicológica o agressor pode sofrer sanções mais graves como comenta a delegada. “O genitor que não cumpre a lei pode cometer outro crime que é de desobediência levando a prisão preventiva. Os pais precisam lembrar que a criança é a principal vítima e traz consequências para o desenvolvimento deles”.

Castrense lança livro para falar do tema

Com a dificuldade de ver os filhos, sofrer com difamação do ex-companheiro e a ineficácia da justiça da Bulgária foi o que motivou Rosângela a escrever um livro infantil para falar sobre o tema.

De modo lúdico, “Ao Pequeno Yongi, com imenso Amor!” retrata uma situação de alienação parental e deixa o questionamento para as crianças se é certo um genitor falar mal do outro.

“É muito difícil para a mãe ou pai que sofre alienação se tratar disso. As crianças passam a ter comportamento agressivo e você desconhece seu filho, isso tornou um trauma psicológico para mim. Tenho dois objetivos (com o livro), primeiro minha forma de lidar com a situação e segundo transmitir a minha versão da história”.”, comenta Rosângela.

O livro de Rosângela foi idealizado na Bulgária e escrito em português. A família da castrense faz a entrega dos exemplares no Brasil como uma forma de alertar pais e crianças sobre o tema e difundir a versão de Rosângela. Enquanto isso, ela segue lutando junto às autoridades europeias para que reveja os filhos e o drama familiar seja encerrado.

Confira a entrevista em vídeo com Rosângela Sviercoski