A formiga mais antiga do mundo é descoberta; fóssil tem 113 milhões de anos

Uma descoberta fóssil impressionante atraiu a atenção global para uma pequena criatura que viveu há 113 milhões de anos. Paleontólogos identificaram este minúsculo inseto como a formiga mais antiga já documentada, destacando-se por suas características peculiares. Anderson Lepeco, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, liderou a equipe de pesquisadores que desvendou este antigo mistério.

O fóssil foi encontrado em camadas de rocha no nordeste do Brasil, oferecendo aos especialistas uma visão mais clara de como as primeiras formigas surgiram. Este achado é uma peça importante no quebra-cabeça da evolução das formigas, um dos grupos de insetos mais bem-sucedidos do planeta.

O que revela o fóssil da formiga mais antiga?

Os especialistas classificaram este fóssil como membro da subfamília extinta Haidomyrmecinae, anteriormente encontrada apenas em âmbar. O âmbar, resina fossilizada de árvores antigas, preserva organismos pequenos como insetos, aranhas e até material vegetal. A Haidomyrmecinae possui mandíbulas em forma de foice e mede cerca de 1,5 centímetros.

O uso de tomografia microcomputada permitiu à equipe examinar o interior da rocha sem danificar os frágeis restos. Isso revelou estruturas intricadas que oferecem informações sobre a forma da cabeça e do corpo da formiga antiga, algo raro em fósseis de formigas em pedra.

Como esta descoberta muda a história das formigas?

Este fóssil, encontrado na Formação Crato, é o primeiro “hell ant” registrado em forma de rocha, tornando-se um registro único para os pesquisadores. Os cientistas nomearam a nova espécie como Vulcanidris cratenis, em homenagem à família Vulcano por suas contribuições às coleções paleontológicas.

As formigas, que surgiram no período Cretáceo, intrigam cientistas há décadas. Com mais de 12.000 espécies reconhecidas, elas exibem estruturas sociais complexas, incluindo papéis especializados como operárias, soldados e rainhas. Este fóssil empurra a linha do tempo das formigas ainda mais para trás, oferecendo novos dados para a compreensão da evolução dos insetos.

Por que as formigas fascinam os pesquisadores?

As formigas habitam quase todos os ecossistemas terrestres e são conhecidas por sua adaptabilidade notável. Elas ocupam muitos nichos ecológicos e podem formar colônias massivas. Esta ampla adaptação é resultado de características-chave, como divisão de trabalho e comunicação eficiente por feromônios.

Observar uma formiga primitiva que carecia de certas características modernas ajuda a esclarecer os passos graduais que levaram às espécies atuais. O novo fóssil destaca a rapidez com que surgiram características adaptativas, sugerindo que as formigas já exploravam diferentes táticas predatórias durante seus ramos iniciais na árvore evolutiva.

Qual o próximo passo na pesquisa de insetos antigos?

Agora que a espécie de formiga mais antiga conhecida até hoje reformulou algumas ideias sobre quando e como as formas iniciais apareceram, os pesquisadores podem revisitar outros espécimes intrigantes. Uma única descoberta pode desafiar suposições de longa data, incentivando análises mais aprofundadas de formações rochosas pouco estudadas.

O sucesso comprovado da tecnologia de escaneamento pode também levar mais instituições a reexaminar coleções antigas. Cada conjunto adicional de dados refina como os cientistas rastreiam as linhas de ancestralidade dos insetos. Como as formigas são um foco central para estudos comportamentais, novos insights sobre suas origens podem inspirar abordagens inovadoras para investigar como as colônias modernas se coordenam e se adaptam.

Com informações do antagonista