Estudo mostra que creatina ajuda a reduzir sintomas da depressão
O trabalho foi publicado na revista científica European Neuropsychopharmacology; a creatina serve como um combustível para os músculos esqueléticos
Publicado: 12/02/2025, 08:21
![A pesquisa acompanhou 100 pessoas com depressão leve a grave pelo período de dois meses](https://cdn.arede.info/img/cover/550000/1000x500/Captura-de-tela12-2-202581849ogloboglobocom_00558912_0_202502120821.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.arede.info%2Fimg%2Fcover%2F550000%2FCaptura-de-tela12-2-202581849ogloboglobocom_00558912_0_202502120821.jpg%3Fxid%3D1945612%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739363911&xid=1945612)
A creatina ganhou popularidade nos últimos anos, especialmente no universo da musculação, como suplemento para potencializar os exercícios de força. Mas, novas evidências mostraram que seus benefícios podem ir além disso. Pesquisadores descobriram que aliada à terapia cognitivo-comportamental a creatina monohidratada pode potencializar o tratamento contra a depressão.
"É uma intervenção viável em ambientes com poucos recursos, graças à sua eficácia positiva e perfil de segurança", escreveram os autores do estudo.
A pesquisa, publicada na revista científica European Neuropsychopharmacology, acompanhou 100 pessoas com depressão leve a grave pelo período de dois meses. Os participantes foram avaliados por meio de um questionário, que pontuou o nível de depressão entre zero (sem depressão) a 27 (depressão grave). A pontuação média foi de 17,6 (depressão moderadamente grave).
Então, eles foram divididos dois grupos: o primeiro, que recebeu uma pílula com 5 gramas de creatina monohidratada diariamente assim como sessões de terapia cognitivo-comportamental a cada duas semanas, enquanto o segundo recebeu o tratamento terapêutico acompanhado de uma pílula de placebo, ou seja, sem creatina.
Após as oito semanas somente restaram 30 pessoas em cada grupo. E como resultado, aqueles que tomaram creatina pontuaram 5,8 em média (depressão leve). Já o grupo placebo pontuou 11,9 (depressão moderada). O que significa que houve melhora perceptível nos sintomas do transtorno depressivo. Além disso, os cientistas asseguraram que não houve efeitos colaterais devido à ingestão do suplemento.
Em estudos anteriores já havia sido investigada a associação entre o consumo regular de creatina junto a medicamentos antidepressivos e a melhora nos sintomas de pessoas diagnosticadas com depressão. Cientistas apontam que o suplemento consegue transportar energia para o cérebro, aumentando, assim, a atividade cerebral nas pessoas acometidas pelo transtorno.
COMO FUNCIONA NO CORPO? - A creatina é um conjunto de aminoácidos produzidos pelo próprio organismo. Ela também pode ser adquirida pelo consumo de carne vermelha, peixe e frango. No entanto, o composto ganhou popularidade por sua versão concentrada, vendida como suplemento.
No organismo, a creatina serve como um combustível para os músculos esqueléticos e pode promover o crescimento muscular quando combinado com o exercício. O armazenamento dessa substância ocorre, principalmente, nas fibras musculares, e uma parte menor vai para o cérebro. Ao longo do dia, o corpo reabastece naturalmente a creatina em seus músculos, mas os suplementos ajudam a "abastecer o tanque".
O suplemento pode ajudar as pessoas que praticam exercícios físicos a ter pequenas rajadas de atividade, como levantar um peso ou correr mais rápido em uma corrida curta. O composto também ajuda a aumentar a massa corporal magra, desde que combinado com algum treinamento de resistência.
Informações: O Globo