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Justiça do PR recebe primeira denúncia de 'Deep Fake' eleitoral

Áudio falso com a voz do pré-candidato foi divulgado nas redes sociais

Está é a primeira vez que uma denúncia do tipo é feita no PR.
Está é a primeira vez que uma denúncia do tipo é feita no PR. -

Publicado por Heryvelton Martins

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O cenário eleitoral brasileiro enfrenta uma ameaça inédita com a disseminação de fake news suspeitas de manipulação por Inteligência Artificial (IA). Um marco nesse combate ocorreu no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), onde foi decidido que a Meta, dona do WhatsApp, deveria bloquear o compartilhamento de um áudio denunciado por um pré-candidato de Maringá. Este é o primeiro caso relevante de “deep fake” com repercussão judicial na pré-campanha deste ano.

O juiz Nicola Frascati Junior determinou que a Meta identifique os IPs dos dispositivos que disseminaram o áudio em 24 horas, sob pena de multa de R$ 100 mil para cada hora de descumprimento. Essa ação exemplar mostra a urgência e a seriedade com que a Justiça Eleitoral está abordando essa questão, reconhecendo a ameaça que deep fakes representam para a integridade das eleições.

Como operadores da comunicação e do marketing político, temos lutado incansavelmente para o Parlamento brasileiro acordar para a gravidade desse tema, pois deep fakes são apenas a ponta do iceberg. O mais grave da IA é sua capacidade preditiva de analisar e prever o comportamento humano. Este é um alerta para a necessidade imperativa do desenvolvimento de uma legislação mínima capaz de proteger os pilares da democracia brasileira.

Silvio Barros, ao apresentar uma notícia-crime à Polícia Federal para investigar a disseminação do conteúdo, ressaltou a frequência com que os deep fakes podem se tornar uma estratégia recorrente no cenário político brasileiro, indicando a necessidade urgente de combatê-los. Ele expressou surpresa e satisfação com a rapidez da atuação da Justiça Eleitoral, sinalizando a expectativa de interromper prontamente o compartilhamento desse tipo de conteúdo.

O caso de Maringá destaca-se, mas não está isolado. Casos semelhantes já são investigados em outros estados, como Amazonas, Rio Grande do Sul e Sergipe, revelando a abrangência desse problema emergente. O prefeito David Almeida, em Manaus, denunciou à Polícia Federal ter sido alvo de deep fake, onde a voz do político, emulada por Inteligência Artificial, proferiu ofensas aos professores da rede municipal de ensino.

O Tribunal Superior Eleitoral, atento a essa crescente ameaça, iniciou debates e audiências públicas para discutir a edição de normas que contenham os efeitos nocivos da inteligência artificial nas eleições. Enquanto a Justiça Eleitoral toma medidas emergenciais, é crucial que o Legislativo também se antecipe a essas ameaças, regulamentando o uso da inteligência artificial no cenário político antes das eleições municipais.

Com informações de assessoria de imprensa.

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