Tetra Pak realiza projeto de restauração da Mata Atlântica | aRede
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Tetra Pak realiza projeto de restauração da Mata Atlântica

Ação busca restaurar biodiversidade e mitigar efeitos das mudanças climáticas. Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais vinculado a créditos de carbono permitirá a diversificação de renda

Ação foi lançada em abril deste ano
Ação foi lançada em abril deste ano -

Fernando Rogala

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Ação busca restaurar biodiversidade e mitigar efeitos das mudanças climáticas. Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais, vinculado a créditos de carbono, permitirá a diversificação de renda

A Tetra Pak, empresa multinacional que possui uma unidade fabril em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, lançou, no mês de abril, o projeto ‘Conservador das Araucárias’. O objetivo da ação é realizar a restauração ambiental em locais de Mata Atlântica, através da recuperação de áreas rurais degradadas, com o plantio de espécies nativas. Neste primeiro momento, a ação ocorrerá no Paraná e em Santa Catarina, em uma área de aproximadamente 7 mil hectares, que é equivalente a 9,8 mil campos de futebol.

Em entrevista ao Portal aRede, a diretora de sustentabilidade da Tetra Pak no Brasil, Valéria Michel, afirmou que conservar e restaurar florestas, e impactar positivamente a biodiversidade, são pilares de sustentabilidade da Tetra Pak. “Ainda que a Tetra Pak não faça a gestão direta de nenhuma área florestal, a companhia aplica uma série de práticas a fim de proteger a biodiversidade e promover o manejo sustentável da terra por meio da colaboração com fornecedores, ONGs, clientes e outros stakeholders, reforçando a rastreabilidade por meio de órgãos de verificação independentes”, informou. Conforme ela explicou, a companhia exige que seus fornecedores de papel usem fibra de madeira de florestas certificadas de acordo com os padrões FSC Forest Management (FM) e FSC Controlled Woods (CW), considerado o ‘padrão-ouro’ da certificação florestal.

Mesmo já fazendo sua parte no quesito ambiental, a empresa demonstra preocupação com a urgência necessária no combate às mudanças climáticas e à perda da biodiversidade, e com isso resolveu lançar o projeto, esclarece Valéria Michel. “O Conservador das Araucárias em parceria com a Apremavi (organização da sociedade civil e parceira nesse projeto) é uma contribuição perene para a sociedade e para o planeta. A iniciativa pretende gerar benefícios ambientais, econômicos e sociais positivos para as comunidades locais e restaurar e proteger a biodiversidade na região”, ressaltou a diretora.

“Entre as metodologias propostas estão o plantio de mudas nativas, o enriquecimento ecológico de florestas secundárias e a condução da regeneração natural”, complementa Miriam Prochnow, conselheira e co-fundadora da Apremavi. “No longo prazo, as áreas restauradas serão integradas a corredores ecológicos, reduzindo a pressão sobre as espécies animais ameaçadas de extinção como o papagaio-do-peito-roxo e o veado-campeiro. Essas ações são fundamentais para a proteção da biodiversidade, a restauração da qualidade do solo e na manutenção da disponibilidade de água da região”.

Em sua fase inicial, o programa Conservador das Araucárias irá se concentrar no mapeamento, estudos e análises de metodologias, incluindo a modelagem de pagamento por serviços ambientais. Além da Apremavi, a iniciativa inclui as participações da Conservation International e da The Nature Conservancy Brasil (TNC), além da Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, fornecedora e parceira da Tetra Pak. Valéria observa que todas as unidades fabris brasileiras (localizadas em Ponta Grossa e Monte Mor - SP) já operam com energia de fonte 100% renovável.

Produtores terão oportunidade de renda

Com o projeto, a Companhia certificará a área em carbono voluntário e de biodiversidade seguindo padrões internacionais. Com a certificação, será medido o sequestro de carbono, ação que contribui com o compromisso da companhia de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2030 em suas operações - essa certificação será aplicada em uma área de 13,7 milhões de hectares. Isso trará a oportunidade de diversificação de renda por meio do Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) vinculado a créditos de carbono.  Ao longo do primeiro ano, será feito o cadastramento dos beneficiários do PSA e diagnóstico detalhado das propriedades, priorizando áreas onde a Apremavi tem opções de restauração em andamento. “O envolvimento e participação dos proprietários rurais são fundamentais para o sucesso do projeto e não será necessário que saiam de suas terras. A restauração ambiental é uma das formas mais acessíveis para os agricultores se adaptarem ambiental e legalmente com possibilidades de geração de renda a partir da comercialização de produtos florestais não madeireiros”, diz Valéria. 

A Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos do mundo em biodiversidade e o segundo mais ameaçado de extinção. Originalmente, a floresta se estendia por 17 estados brasileiros, mas hoje está reduzida a apenas 12% de sua área, colocando em risco milhares de espécies que não existem em nenhum outro lugar do planeta. O projeto Conservador das Araucárias irá beneficiar um ecossistema que corre um risco ainda maior: a Floresta com Araucárias, que hoje conta com apenas 3% de sua formação original preservada.

Com informações das assessorias

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