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Entidades debatem futuro da malha ferroviária na região

Governo Federal e entidades avaliam modelos para concessão após 2027, quando o contrato com a Rumo será encerrado

Renovação de contrato com a Rumo é uma das soluções do Governo Federal
Renovação de contrato com a Rumo é uma das soluções do Governo Federal -

Heryvelton Martins

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O estado do Paraná, em especial os Campos Gerais, é um polo conhecido nacionalmente por sua logística ferroviária, a qual auxiliou no crescimento e expansão de toda a região. São milhares de toneladas de safras escoadas todos os meses, número que chegou a ser ainda maior no final do século XIX e início do século XX, quando o meio de transporte se instalou fortemente em Ponta Grossa, sendo o município com um dos maiores entroncamentos rodoviários da região Sul do país. Com essa importância, o Governo Federal realizou uma concessão ainda em 1997 para que uma empresa privada, a Rumo, assumisse a gestão por 30 anos, contrato que se encerra ainda em 2027, levantando questões sobre o futuro de uma das ferramentas mais importantes para as economias locais do estado.

Diante de tantas dúvidas, o Governo Federal iniciou um estudo para entender qual seria a melhor solução após o término da concessão. Nesse sentido, levantou a possibilidade de uma prorrogação antecipada do projeto por existir o receio de que, ao fim da concessão atual, não haja um novo contrato em perspectiva e o serviço seja paralisado em todo o estado do Paraná. Vale destacar que a mesma concessão da malha ferroviária é também válida para os municípios de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo o plano do Governo Federal obtido pela equipe do Portal aRede e Jornal da Manhã, deve haver uma audiência pública logo após o estudo, ainda sem datas definidas, onde lideranças e a população poderão apontar suas opiniões e expectativas de futuro para o setor.

Além do Governo, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) já havia conduzido um estudo nos últimos meses e apontado que a melhor solução seria uma divisão da Malha Sul entre mais de uma empresa. O estudo ainda analisou a extensão total da Malha Sul da ferrovia, que se estende por 7 mil quilômetros, concluindo haver demanda para o modal ferroviário no estado, com capacidade de 30 milhões de toneladas de carga. O estudo também projetou que o Paraná conseguiria sair de 12 milhões de toneladas de cargas por ferrovia atualmente e chegar em 24 milhões em 2030, sendo 38% do total de cargas do estado até o porto transportadas por modal ferroviário, se assumi um novo modelo de concessão.

Para o superintendente da Federação das Indústrias do Paraná, João Arthur Mohr, o estado pode melhorar muito sua logística se investir no setor ferroviário da forma correta nos próximos anos, uma vez que os trens ajudam a reduzir o trânsito nas rodovias e ainda geram custos menores. “O modal ferroviário é subutilizado no Brasil, com grande potencial para reduzir custos logísticos e emissões de carbono. No Paraná, a concessão da malha ferroviária termina em 2027, abrindo uma oportunidade para definir um modelo mais eficiente”, afirmou João, que também disse que a entidade analisa um projeto ainda maior, que visa integrar a Malha Sul e a Ferroeste, visando aumentar o transporte de cargas e impulsionar as exportações do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

A situação também preocupa o consultor técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, que pediu agilidade na renovação da concessão para a empresa ter certeza dos investimentos que deve fazer e conseguir concluir obras milionárias que devem trazer benefícios para todo o setor agro da região dos Campos Gerais. “Por enquanto, a empresa não quer fazer grandes investimentos, pois não tem certeza do futuro e as obras devem começar a gerar rendimento após 20 ou 30 anos do investimento realizado. Vale destacar que esses investimentos são muito importantes, pois temos uma grande dependência do meio para escoamento de safras, uma vez que as rodovias não atendem a todas as necessidades que temos no estado”, afirmou Nilson.

RODOVIAS - Vale destacar que, mesmo importantes para todo o estado, as ferrovias ainda apresentam uma parcela menor de toneladas escoadas para o Porto de Paranaguá, ficando em 12 milhões contra os 51 milhões que o porto recebe via caminhões vindos das rodovias. Em 2030, a projeção é chegar a 80 milhões de toneladas, com crescimento dos dois modais. O estudo feito pela Fiep também revelou que o Paraná pode sair das atuais 12 milhões de toneladas de cargas por ferrovia para 24 milhões em 2030, o que representaria 38% do total de cargas do estado até o porto transportadas por modal ferroviário.

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