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Excesso de chuvas reduz qualidade e produção de trigo na região

Apenas 14% da área plantada na região foi colhida. Umidade prejudica a qualidade do grão e está causando a proliferação de doenças. Algumas áreas foram afetadas de forma irreversível

Plantação de trigo na região nesta safra foi de 168,3 mil hectares. Perspectiva inicial era de retirar 3,8 mil quilos por hectare do campo
Plantação de trigo na região nesta safra foi de 168,3 mil hectares. Perspectiva inicial era de retirar 3,8 mil quilos por hectare do campo -

Fernando Rogala

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A expectativa de colher quase 640 mil toneladas de trigo na região dos Campos Gerais foi frustrada e já não vai mais acontecer. O excesso de chuvas na região, registra há algumas semanas, já impactou na qualidade do trigo no campo, especialmente o que já era para estar colhido e ainda segue no campo, e isso causou uma redução na perspectiva de rendimento por hectare. Além disso, doenças são observadas nas plantações. Pelo momento do avanço do desenvolvimento e colheita, ainda é precipitado fazer qualquer projeção mais sólida, mas já há quem diga que a redução na região pode girar na casa dos 10%.

No momento atual, 14% dos 168,3 mil hectares de trigo plantados nos municípios dos Campos Gerais já foram colhidos. Dos 86% que faltam, metade está em fase de frutificação (que é a formação de grãos), e a outra metade está em maturação. A particularidade do trigo é que se trata de um cultivar bastante sensível quando está no ponto da colheita, que não pode apresentar muita umidade, para que não haja a perda de qualidade. Além disso, se houver muita umidade e o tempo passar, o grão começa a germinar na própria planta, antes da colheita.

Algumas áreas na região já eram para estar colhidas, mas o solo enxarcado está impedindo que as máquinas entrem no campo. “Nos municípios do norte da regional, onde o plantio ocorre mais cedo, já houve colheita, mas agora, no restante, nos últimos dias, está paralisado. E o pessoal está preocupado, porque nessas áreas prontas para serem colhidas, provavelmente podem estar com germinação na espiga, que é o que vai baixar a qualidade e vão colher com alta umidade, quando o solo permitir a entrada de máquina”, revelou Luiz Alberto Vantroba, economista do núcleo regional do Departamento de Economia Rural (Deral) em Ponta Grossa.

Além disso, o excesso de água nas espigas está reduzindo a qualidade do trigo. Dois índices de referências são os principais usados no trigo: o Peso Hectolitro (PH) e o Falling Number (ou índice de queda, que verifica os danos causados no grão de trigo). Enquanto o primeiro tem o valor de referência mínimo ideal de 78 kg/hl, o segundo tem 300 como ideal, sendo entre 250 e 300 segundos tolerável. Mas no momento, na região, tem produtor informando que o PH está na casa dos 73, e o Falling Number em 180. Sem os índices mínimos, o valor médio de mercado não é pago ao produtor e o produto não é destinado para a panificação.

As reais dimensões das perdas só poderão ser avaliadas após a colheita de toda a área, que deve ocorrer até 20 de novembro. “Temos alguns relatos de perda de 10% na produtividade e na qualidade. Mas é cedo ainda. Porém, tem áreas que a perda está consolidada e é irreversível. Já as áreas em fase de frutificação, pode melhorar o PH, porque ainda está na formação de grãos”, informa Vantroba.

Doenças

De acordo com Vantroba, a umidade tem ocasionado doenças severas nas plantações que estão na fase de enchimento de grãos. “O clima chuvoso está provocando o aumento de doenças como a giberela, mal do pé e bacteriose. Tem ainda outras, como a mancha, enfim, são várias doenças que estão afetando a cultura, o que também deve impactar na produtividade”, completa Vantroba.

Paraná

No Paraná, 12% das lavouras de trigo estão em condições ruins (contra 7% da semana anterior), com redução de 69% para 60% daquelas consideradas boas e aumento de 24% para 28% das que estão em situação mediana. Nesta semana, 54% da área paranaense foi colhido, o que mostra um atraso em relação a 2021 - no ano passado, nesta mesma 42ª semana, a área colhida já chegava a 74%.

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